sexta-feira, maio 25, 2012

Gravadora não tem direito autoral, tem uso.



A quase 30 anos eu sustento e busco qualidade de vida para minha família às custas dos meus direitos autorais. 


Minha área, artes visuais, é diferente da dos músicos, e recentemente temos experimentado relações muito boas com o mercado, editores, e produtores. Aliás, a Internet tem nos possibilitado algo que antes era impossivel, a auto-publicação, a auto-promoção e explorarmos diretamente nossos direitos. 
No caso da ilustração temos muito mais possibilidades de uso do que música ou texto. 


Acho o cúmulo chamar de mesquinhez um autor defender seu direito autoral, que na prática é meu direito à vida, e meu único direito no sistema em que vivemos (goste ou não dele, estamos aqui!). Pois não gozo de direitos trabalhistas, por exemplo. 


Não sou funcionaria pública, não tenho fgts, nem plano de saúde de empresa, nada. Tudo que tenho são meus direitos autorais, que na prática formam meu salário, do qual ainda desconto quase 30% em imposto de renda. 
Seria impossivel todos os que criam terem cargos públicos, ou conseguirem bolsas-arte, ou vencerem editais de cultura. Assim, apenas com direito autoral todos poderão ser assistidos em seu trabalho de criar e se manter criando livres de amarrars ideológicas ou mercadológicas. 


Penalizar o autor (e lembro que "autor" não é um espécime raro do ecossistema, é qualquer cidadão do planeta) por sua revolta contra um mau produtor de alguma gravadora que lhe "obrigou" a assinar um contrato, não faz o menor sentido. E na real, péssimo pra livre criatividade.


Se não está satisfeito, rasgue o contrato, oras! Essa é uma das coisas que a Lei do Direito Autoral lhe permite!!!








Créditos da imagem:
Ilustração de Thais Linhares para "O Livro de Lola", texto de Lino de Albergaria – da Editora Paulinas, que respeita os direitos do ilustrador. Grafites reais e bordados virtuais.

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