domingo, junho 28, 2009
Quanto custa uma ilustração?
A exploração comercial da ilustração de livros é regulada pela Lei de Direitos Autorais brasileira. Deve ser contratada, e aí então se definem os repasses do lucro nas vendas aos autores envolvidos.
Para que o contrato seja justo, ele deve ser vantajoso às partes envolvidas. Cláusulas que sejam excessivamente onerosas devem ser consideradas abusivas e descartadas.
A título de exemplo, os contratos de cessão integral são invariavelmente abusivos, e dever ser excessão no meio editorial. Existem entretanto editoras que adotaram esse formato de contrato com "padrão" e rejeitam ilustradores que não se submetam às regras impostas unilateralmente, mesmo que estes tenham sido diretamente indicados pelos autores do texto.
O que seria então um repasse justo dos direitos autorais do ilustrador?
Nossa rotina de trabalho em geral começa após a aprovação do texto pelo editor, e muitas vezes trabalhamos junto ao designer do projeto gráfico do livro. Neste ponto, os prazos estão fechados (e não costumam ser folgados). O ilustrador já bem colocado no mercado costuma trabalhar em regime de dedicação integral para conseguir cumprir os prazos apertados e demandas dos editores. Por isso é essencial que ele receba um adiantamento que cubra essa mobilização.
Esse adiantamento é o repasse de seus direitos autorais por determinado uso – pode cobrir a primeira edição, ou cobrir 5 anos de licenciamento, entre outros acordos.
Caso o livro venha a ser republicado, o contrato já deve prever como se dará o rapasse. Neste caso, pode ser através de um percentual sobre o preço de capa ou preço de venda.
Valores fechados e percentuais, são combinados entre o ilustrador e o editor, na melhor forma de atender aos interesses e necessidades de ambos.
Por costume (dentre pressões do próprio mercado), o escritor tem recebido 10% sobre preço de capa, e o ilustrador um montante fixo (às vezes pode calhar de ser uma valor equivalente aos 10% do escritor no total de venda da tiragem) mais um percentual sobre re-edições (incluindo traduções e vendas de governo). Algo em torno de 2,5%. Mas isso não é regra fixa. Cada caso deve ser negociado em separado. Considerei aqui o livro ilustrado.
O que vale para qualquer ilustração é a importância em se limitar o uso da mesma. Caso contrário corre-se o risco de ver sua arte em um banco de imagens fazendo do ilustrador seu próprio concorrente. A obra de um artista é seu patrimônio, ganha pão e o que deixará de herança para usufruto de seus filhos e netos.
Esses valores poderiam ser melhores para os autores se os próprios editores já não fossem prejudicados na atual dinâmica de mercado. Numa tiragem pequena/média (e a maioria delas são), o editor não consegue mais do que 20% de retorno, e isso tendo de arcar com todo risco do negócio e infra-estrutura da empresa. A gráfica, prestadora de serviço, come 30%. O restante pára na mão dos revendedores – que contam com vantagens preciosas: só pegam os livros em consiganação, distribuem segundo critérios próprios nas estantes, não investem na divulgação dos títulos. Ou seja: 40% do valor de capa de um livro fica com a parte que corre menos riscos comerciais, além de controlar o acesso do público às obras impressas.
Para que o contrato seja justo, ele deve ser vantajoso às partes envolvidas. Cláusulas que sejam excessivamente onerosas devem ser consideradas abusivas e descartadas.
A título de exemplo, os contratos de cessão integral são invariavelmente abusivos, e dever ser excessão no meio editorial. Existem entretanto editoras que adotaram esse formato de contrato com "padrão" e rejeitam ilustradores que não se submetam às regras impostas unilateralmente, mesmo que estes tenham sido diretamente indicados pelos autores do texto.
O que seria então um repasse justo dos direitos autorais do ilustrador?
Nossa rotina de trabalho em geral começa após a aprovação do texto pelo editor, e muitas vezes trabalhamos junto ao designer do projeto gráfico do livro. Neste ponto, os prazos estão fechados (e não costumam ser folgados). O ilustrador já bem colocado no mercado costuma trabalhar em regime de dedicação integral para conseguir cumprir os prazos apertados e demandas dos editores. Por isso é essencial que ele receba um adiantamento que cubra essa mobilização.
Esse adiantamento é o repasse de seus direitos autorais por determinado uso – pode cobrir a primeira edição, ou cobrir 5 anos de licenciamento, entre outros acordos.
Caso o livro venha a ser republicado, o contrato já deve prever como se dará o rapasse. Neste caso, pode ser através de um percentual sobre o preço de capa ou preço de venda.
Valores fechados e percentuais, são combinados entre o ilustrador e o editor, na melhor forma de atender aos interesses e necessidades de ambos.
Por costume (dentre pressões do próprio mercado), o escritor tem recebido 10% sobre preço de capa, e o ilustrador um montante fixo (às vezes pode calhar de ser uma valor equivalente aos 10% do escritor no total de venda da tiragem) mais um percentual sobre re-edições (incluindo traduções e vendas de governo). Algo em torno de 2,5%. Mas isso não é regra fixa. Cada caso deve ser negociado em separado. Considerei aqui o livro ilustrado.
O que vale para qualquer ilustração é a importância em se limitar o uso da mesma. Caso contrário corre-se o risco de ver sua arte em um banco de imagens fazendo do ilustrador seu próprio concorrente. A obra de um artista é seu patrimônio, ganha pão e o que deixará de herança para usufruto de seus filhos e netos.
Esses valores poderiam ser melhores para os autores se os próprios editores já não fossem prejudicados na atual dinâmica de mercado. Numa tiragem pequena/média (e a maioria delas são), o editor não consegue mais do que 20% de retorno, e isso tendo de arcar com todo risco do negócio e infra-estrutura da empresa. A gráfica, prestadora de serviço, come 30%. O restante pára na mão dos revendedores – que contam com vantagens preciosas: só pegam os livros em consiganação, distribuem segundo critérios próprios nas estantes, não investem na divulgação dos títulos. Ou seja: 40% do valor de capa de um livro fica com a parte que corre menos riscos comerciais, além de controlar o acesso do público às obras impressas.
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Um comentário:
Gostei da postagem,ainda é um assunto que desejo adquirir mais conhecimento, pois é uma ferramenta interessante para quem nao tem experiencia como eu kk, muito bom.
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