domingo, junho 28, 2009
Quanto custa uma ilustração?
A exploração comercial da ilustração de livros é regulada pela Lei de Direitos Autorais brasileira. Deve ser contratada, e aí então se definem os repasses do lucro nas vendas aos autores envolvidos.
Para que o contrato seja justo, ele deve ser vantajoso às partes envolvidas. Cláusulas que sejam excessivamente onerosas devem ser consideradas abusivas e descartadas.
A título de exemplo, os contratos de cessão integral são invariavelmente abusivos, e dever ser excessão no meio editorial. Existem entretanto editoras que adotaram esse formato de contrato com "padrão" e rejeitam ilustradores que não se submetam às regras impostas unilateralmente, mesmo que estes tenham sido diretamente indicados pelos autores do texto.
O que seria então um repasse justo dos direitos autorais do ilustrador?
Nossa rotina de trabalho em geral começa após a aprovação do texto pelo editor, e muitas vezes trabalhamos junto ao designer do projeto gráfico do livro. Neste ponto, os prazos estão fechados (e não costumam ser folgados). O ilustrador já bem colocado no mercado costuma trabalhar em regime de dedicação integral para conseguir cumprir os prazos apertados e demandas dos editores. Por isso é essencial que ele receba um adiantamento que cubra essa mobilização.
Esse adiantamento é o repasse de seus direitos autorais por determinado uso – pode cobrir a primeira edição, ou cobrir 5 anos de licenciamento, entre outros acordos.
Caso o livro venha a ser republicado, o contrato já deve prever como se dará o rapasse. Neste caso, pode ser através de um percentual sobre o preço de capa ou preço de venda.
Valores fechados e percentuais, são combinados entre o ilustrador e o editor, na melhor forma de atender aos interesses e necessidades de ambos.
Por costume (dentre pressões do próprio mercado), o escritor tem recebido 10% sobre preço de capa, e o ilustrador um montante fixo (às vezes pode calhar de ser uma valor equivalente aos 10% do escritor no total de venda da tiragem) mais um percentual sobre re-edições (incluindo traduções e vendas de governo). Algo em torno de 2,5%. Mas isso não é regra fixa. Cada caso deve ser negociado em separado. Considerei aqui o livro ilustrado.
O que vale para qualquer ilustração é a importância em se limitar o uso da mesma. Caso contrário corre-se o risco de ver sua arte em um banco de imagens fazendo do ilustrador seu próprio concorrente. A obra de um artista é seu patrimônio, ganha pão e o que deixará de herança para usufruto de seus filhos e netos.
Esses valores poderiam ser melhores para os autores se os próprios editores já não fossem prejudicados na atual dinâmica de mercado. Numa tiragem pequena/média (e a maioria delas são), o editor não consegue mais do que 20% de retorno, e isso tendo de arcar com todo risco do negócio e infra-estrutura da empresa. A gráfica, prestadora de serviço, come 30%. O restante pára na mão dos revendedores – que contam com vantagens preciosas: só pegam os livros em consiganação, distribuem segundo critérios próprios nas estantes, não investem na divulgação dos títulos. Ou seja: 40% do valor de capa de um livro fica com a parte que corre menos riscos comerciais, além de controlar o acesso do público às obras impressas.
Para que o contrato seja justo, ele deve ser vantajoso às partes envolvidas. Cláusulas que sejam excessivamente onerosas devem ser consideradas abusivas e descartadas.
A título de exemplo, os contratos de cessão integral são invariavelmente abusivos, e dever ser excessão no meio editorial. Existem entretanto editoras que adotaram esse formato de contrato com "padrão" e rejeitam ilustradores que não se submetam às regras impostas unilateralmente, mesmo que estes tenham sido diretamente indicados pelos autores do texto.
O que seria então um repasse justo dos direitos autorais do ilustrador?
Nossa rotina de trabalho em geral começa após a aprovação do texto pelo editor, e muitas vezes trabalhamos junto ao designer do projeto gráfico do livro. Neste ponto, os prazos estão fechados (e não costumam ser folgados). O ilustrador já bem colocado no mercado costuma trabalhar em regime de dedicação integral para conseguir cumprir os prazos apertados e demandas dos editores. Por isso é essencial que ele receba um adiantamento que cubra essa mobilização.
Esse adiantamento é o repasse de seus direitos autorais por determinado uso – pode cobrir a primeira edição, ou cobrir 5 anos de licenciamento, entre outros acordos.
Caso o livro venha a ser republicado, o contrato já deve prever como se dará o rapasse. Neste caso, pode ser através de um percentual sobre o preço de capa ou preço de venda.
Valores fechados e percentuais, são combinados entre o ilustrador e o editor, na melhor forma de atender aos interesses e necessidades de ambos.
Por costume (dentre pressões do próprio mercado), o escritor tem recebido 10% sobre preço de capa, e o ilustrador um montante fixo (às vezes pode calhar de ser uma valor equivalente aos 10% do escritor no total de venda da tiragem) mais um percentual sobre re-edições (incluindo traduções e vendas de governo). Algo em torno de 2,5%. Mas isso não é regra fixa. Cada caso deve ser negociado em separado. Considerei aqui o livro ilustrado.
O que vale para qualquer ilustração é a importância em se limitar o uso da mesma. Caso contrário corre-se o risco de ver sua arte em um banco de imagens fazendo do ilustrador seu próprio concorrente. A obra de um artista é seu patrimônio, ganha pão e o que deixará de herança para usufruto de seus filhos e netos.
Esses valores poderiam ser melhores para os autores se os próprios editores já não fossem prejudicados na atual dinâmica de mercado. Numa tiragem pequena/média (e a maioria delas são), o editor não consegue mais do que 20% de retorno, e isso tendo de arcar com todo risco do negócio e infra-estrutura da empresa. A gráfica, prestadora de serviço, come 30%. O restante pára na mão dos revendedores – que contam com vantagens preciosas: só pegam os livros em consiganação, distribuem segundo critérios próprios nas estantes, não investem na divulgação dos títulos. Ou seja: 40% do valor de capa de um livro fica com a parte que corre menos riscos comerciais, além de controlar o acesso do público às obras impressas.
Ilustradores unidos...aos escritores! Sempre!
(Da editora Ygarapé, o livro escrito por Luiz Antonio Aguiar e ilustrado por Thais Linhares, autores juntos fazendo lindas criações)
O “problema”
Em nota recente (dia 17 de junho) da coluna Gente Boa o Sr Joaquim Ferreira dos Santos colocou na nota intitulada “Ilustradores Unidos”, como um “novo problema dos editores” o fato dos ilustradores requererem direitos autorais dos escritores. A priori a matéria traz dois grandes erros.
Primeiro é que como colocado no texto do jornalista, o problema não seria do editor, e sim do escritor, que já como parte hipossuficiente em contrato de edição, ainda se veria obrigado a bancar os direitos do ilustrador, sem as benesses próprias do investidor de fato. Seria o caso surreal do editor que poderia se dar ao luxo de explorar comercialmente ambas as artes (texto e imagens) sem precisar investir no autor das ilustrações.
O segundo, e mais grave erro, está na própria notícia. Não há absolutamente nenhuma intenção dos ilustradores (enquanto grupo organizado) de pedir que nossos parceiros criativos arquem com uma responsabilidade que é dos nossos editores. Fato aliás, que se ocorrido, se opõe aos princípios defendidos pelas associações que nos representam nacionalmente. Em uma reunião promovida em 2006 pela AEI-LIJ, o assunto foi amplamente debatido e considerado resolvido por escritores e ilustradores de todo Brasil. Ficou assim esclarecido a importância de se reconhecer o carater autoral do ilustrador – o que já é garantido por lei – e que deveríamos nos precaver de contratos que fossem abusivos, inclusive aqueles que tentassem jogar para o escritor o ônus do investimento nas ilustrações do livro.
No entedimento dos autores dos livros (escritores e ilustradores), e também da Lei dos Direitos Autorais, cabe ao investidor o risco do negócio. É o editor que deve repassar ao ilustrador a parte que lhe cabe pela exploração comercial de suas artes em forma de livro.
O tal “problema”, ainda que não possamos chamar assim, é que a ilustração brasileira está amadurecendo tanto em sua qualidade artística, como profissional. A figura do artista ingênuo, alienado do processo de mercado e que assina sem ver as letras miúdas é que está desaparecendo. Enquanto foi possível, alguns editores – em particular o dos grandes grupos comerciais, que praticamente combinaram entre si um mesmo modelo contratual – impuseram contratos de adesão aos ilustradores onde obrigam que se abra mão de todos os diretos autorais sobre suas artes. São contratos de cessão universal, sem absolutamente nenhuma limitação de prazo, local ou mídia (abarcam até mídias futuras, o que é proibido).
Em um contrato de adesão a parte economicamente mais forte não pode impor cláusulas que prejudiquem a parte fraca no objeto do contrato. Logo, como justificar um contrato de licenciamento de direitos autorais que já prevê lucros ilimitados apenas ao editor em regime de cessão integral?
Esses mesmos grupos editoriais que se apossaram do patrimônio de inúmeros artistas – não raramente utilizando de coerção, pois quem se recusa a assinar nos termos impostos é sumariamente descartado – mantém imensos bancos de imagem que licenciam à vontade, em concorrência desleal com os próprios artistas que as produziram.
Esses contratos leoninos, onde ocorre a cessão integral, são distorções grotescas do conteúdo da Lei, e o pior é que do jeito que colocam na redação, o ilustrador inexperiente no jargão da lei fica com a impressão de que é própria Lei dos Direitos Autorais, e não a editora, que o obriga a assinar os tais termos abusivos.
Com o surgimento de novas mídias, vendas de governo e principalmente o trabalho de conscientização sobre os direitos dos autores, nós os ilustradores, passamos a questionar os contratos abusivos. Agora é mais comum ver o autor visual acompanhado de seu advogado em negociações de uso de imagens.
Ressalta-se ainda que foi graças a esses absoletos contratos leoninos que a ilustração brasileira viu-se amarrada a relações desgastantes de trabalho, que em muito prejudicaram tanto as carreiras individuais dos artistas, quanto a visibilidade da ilustração no panorama da cultura nacional e internacional. Por isso, junto à pressão por contratos justos, estamos conscientizando as editoras de que manter uma relação onde se reconheça e respeite o trabalho do ilustrador também reverterá em maior qualidade no que é produzido. Ganham todos quando a relação é justa e transparente: o editor, os autores e o leitor.
Temos no Brasil três associações que atuam nacionalmente:
A AEI-LIJ – Associação de Escritores e Ilustradores de Literatura Infanto Juvenil; a ABIPRO – Associação Brasileira de Ilustradores Profissionais e a SIB – Sociedade de Ilustradores do Brasil.
Através destas associações questões de interesse são discutidos, inclusive as relações contratuais e casos de desrespeito aos direitos dos autores. No meio de livros para crianças está a AEILIJ, que acaba de comemorar dez anos de criação. Além de sua forte atuação em eventos e campanhas, a associação mantem uma lista de discussão pública, isto é, aberta a todos que tenham interesse em literatura infantil e juvenil. Foi a partir de discussões desenvolvidas nesta lista que foi convocada a reunião nacional onde firmou-se posição diante da questão do tal “problema” citado na nota.
O mercado de livros no Braisil cresceu por conta de boas políticas públicas de distribuição, além de uma maior conscientização de diversos setores da sociedade para a importância do livro na formação da cidadania. Nosso país é um dos maiores compradores de livros do planeta e isso atraiu a cobiça de grandes grupos editoriais não só nacionais como estrangeiros também. São esses mesmos grupos que se gabam em seus portais na Internet de possuírem vasto catálogo aprovado dentro dos programas governamentais, e também são exatamente eles que impõem aos seus autores (não só aos ilustradores, mas aos escritores também) as piores condições contratuais. Nos encontros recentes do Fórum Nacional de Direitos Autorais a AEILIJ e a ABIPRO, levantaram não só essa questão, mas como o governo, no papel de principal comprador, pode inibir práticas abusivas nos contratos de edição dos ilustradores. Aliás, foi em parte por causa dos editais das vendas, que o ilustrador ganhou um maior reconhecimento. Nas regras dos editais é obrigatório que se estabeleça um contrato de uso das ilustrações que contemple o novo programa e também que se apresente, tanto na forma de créditos visíveis quanto de biografia, os autores ilustradores. Bastante coerente, visto que é isso que obriga a Lei 9610/98 dos Direitos Autorais. Surpreendentemente, muitos ainda eram os editores que simplesmente ignoravam seus deveres no tocante a lida com o trabalho autoral, precisando ser “esclarecidos”. Não se tratava portanto de nada novo”, e sim do fim de um problemão, de verdade.
E aí sim, a nota do Boa Gente acertou em cheio: foi a brecha que precisávamos para fazer valer direitos que já são nossos, garantidos pela Lei que foi criada para tornar possível e digna a produção autoral brasileira.
Para autores, associados ou não, editores e jornalistas que queiram se manter informados sobre questões contratuais além de outros assunto pertinentes à criação, basta contactar-nos em:
www.aeilij.org.br
www.abipro.org
http://thaislinhares.blogspot.com
Temos ainda a lista de discussão sobre Direitos Autorais em:
http://br.groups.yahoo.com/group/direitos_autorais/
Atenciosamente,
Thais Linhares – coordenadora visual da AEILIJ, associada da ABIPRO e ABCA.
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quinta-feira, junho 25, 2009
Contrato de Ilustração -1
Faz tempo que procuro fazer meu dever de casa no referente a forma como
os direitos autorais dos ilustradores são tratados pelos editores.
Diferentes editores têm diferentes posturas, o que é ótimo!
Temos variedade, podemos transitar entre as casas editoriais e com o
tempo, e competência, procurar estabelecer parcerias produtivas com
aqueles que praticam contratos justos, remuneração pertinente e
espaço para desenvolvimento técnico e criatividade.
A infelicidade é que o perfil de maus contratantes é o mesmo dos
maiores conglomerados editoriais comerciais, onde o sucesso como
capitalista é prioridade absoluta!
Uma das práticas "comerciais" destes, é extrair o máximo do
ilustrador oferencendo o mínimo (em todos os sentidos: maus
contratos, mau pagamento, péssimo ambiente criativo).
Em vista disso, o ilustrador brasileiro deveria receber o prêmio de
melhor do mundo! Com tantas dificuldades e ainda conseguem produzir
material tão belo!
Pensando em dinheiro: imagine duas empresas.
Na primeira, vemos empregados batendo o ponto, salários achatados,
centenas de horas extras acumuladas sem a devida remuneração, a total
falta de reconhecimento à importancia do trabalho deles.
Os editores que mantém uma postura exploratória com seus ilustradores
(e às vezes de quebra com seus escritores e designers também!) são
como essa primeira empresa. Os autores são alienados de sua obra...
São desestimulados a exercer seu máximo potencial criativo! Uma vez
lançado o livro... tchau! Assina o contrato e bico calado senão não é
mais chamado!!! Vai para a "geladeira" (como vejo acontecer com alguns colegas meus).
Agora imagine outra empresa, onde não temos funcionários... mas
pequenos cotistas, uma grande sociedade onde o "patrão" investe seu
capital e habilidade de mercado e os contratados investem seu talento,
recebendo participação nos lucros, sendo reconhecidos, com
oportunidade de crescimento... Esse é o comportamento do editor que
valoriza, investe e promove seus autores - incluindo nestes os
ilustradores! Aliás... isto está lá no texto da Lei dos Direitos
Autorais, criadas exatamente neste espírito de promover e proteger a
produção autoral brasileira. Todo editor que se comporte de forma
diferente desta estará em desarmonia com estes princípios (constitucionais).
Como isso afeta a qualidade da ilustração brasileira?
Imagine um ilustrador que se vê obrigado a trabalhar em quatro, cinco
livros ao mesmo tempo para poder cobrir as despesas, e mesmo que esse
livro renda de 20 a 100 vezes o investimento inicial, ele
jamais verá um centavo disso! Logo, no mês seguinte, lá estará ele,
se desesperando para conseguir outros cinco free-las, aceitando
qualquer valor, qualquer tipo de acordo mesquinho, pois senão não tem
comida na mesa. Pareço dramática? Infelizmente não estou exagerando,
este é o perfil de um grande número de artistas, muitos deles
veteranos com mais de 20, 30 anos de ilustração. Basta comparecer a
uma reunião de ilustradores editoriais (como na Cobal Ilustrada, ou o
Papo Ilustrado, ou reuniões da AEILIJ) para ouvir não uma ou duas,
mas uma pá versões desta triste história. Algumas delas contadas por
senhores e senhoras de cabelos brancos.
Entenderam..?
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Pergunta sobre contratos de ilustração 1
(capa do livro A Formosa Princesa Magalona e o Amor Vencedor do Cavaleiro Pierre de Provença
de autoria de Rui de Oliveira – imagens e textos; e projeto gráfico de Ana Sofia Marins, editora Ygarapé/2009 - onde o editor negocia os melhores contratos com os autores)
"""Thais,
Obrigada pelas informações. Gostaria de ter um contrato que esteja dentro da
leis de DAs e que esse contrato seja aceito pelas editoras sem
estresse. Infelizmente é sempre um momento tenso.
O contrato que você utiliza normalmente é aceito pelas editoras?"
--------------------------------------------------------------
Minha resposta:
Depende do editor, o melhor é quando o editor que lida diretamente contigo é também o dono da editora, isso faz com que ele queira maior qualidade e tb fica bem mais constrangido de se passar por explorador. Ainda assim é complicado, mas quando o editor percebe que o contrato justo não significa entrave, ou mesmo risco maior (em termos de retorno financeiro) ele relaxa.
Especificar o uso da obra (deixando claro que não pode sair re-utilizando a torto e a direito), limitar mídias, região - isso tudo é tranquilo, ponto pacífico.
Quanto ao prazo, eles sempre ficam inseguros, talvez por medo de não conseguirem re-editar (tolice, qual ilustrador não iria querer continuar ganhando com sua obra?) Então pedem para que tenha cláusula de renovação automática. Isso não é bom, mas dá para aceitar se vc for bem alerta. Consigo também um ganho pela venda de governo, mas também menor do que seria o ideal - novamente os editores temem, por conta dos super descontos deste tipo de venda. Você até ri de tão miúdo o ganho do ilustrador... entretanto, mesmo assim é essencial que se caminhe para frente, que se mude de vez a cultura escravagista dos contratos de cessão integral.
Se ainda está longe o ideal é justamente porque fica muito difícil reclamar de um contrato abusivo quando o principal argumento do editor é "Mas os OUTROS ilustradores assinam..."
Aliás, isso é muito interessante, eles nunca mostram planilhas que justifiquem um eventual prejuízo se atenderem aos ilustradores, ou mesmo argumentos que expliquem por que tenham de ficar com os DAs de forma integral.
Os argumentos são apenas DOIS: "os outros assinam" e "é procedimento padrão da empresa",impõem contratos de adesão em direitos autorais (grifem em suas telas a palavra empresa...).
Vamos parar de dar "argumentos" aos exploradores?
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Como publicar 4: autor feliz é o que tem contrato justo!
Vou agora falar da situação dos escritores para revistas infantis.
Desconheço a situação em outras editorias, mas na Globo (setor das revistas: Menino Maluquinho, Sítio do Picapau Amarelo e Turma do Cocoricó) posso falar um pouco.
Em 2007 fui convidada a participar do Workshop para escritores. Tava lá o Ziraldo, o Still, a Elvira, a Júlia Sapadaccini...
Tudo muito bem, tudo muito legal. Até que chegamos na vaca fria: o preço.
A situação dos escritores das revistas infantis é muito parecida (para não falar igual) a que os ilustradores enfrentam nos "grandes" grupos editoriais - que faturam muito com vendas de governo e mercado de didáticos e paradidáticos.
Nestas editoras - que muitas vezes acumulam milhares de autores na carteira (ilustradores inclusos), diferentes selos (e continuam crescendo e engolindo pequenas editoras), o ilustrador é "remunerado" em seus direitos com base em uma famigerada tabelinha que diz mais ou menos assim:
Capa - custa x;
PB - custa y;
cor - custa tanto...
E por aí vai.
Simplesmente é "esquecida" a relação inerente dos direitos autorais com TIRAGEM, MÍDIAS, REGIÃO, TRADUÇÕES... Sim... "esquecida". Pois é...
O ilustrador é contactado e informado de criará imagens que serão exploradas em um único título de livro impresso.
Assim sendo, a famigerada tabela, até que fica atrativa. Afinals é só um título... Sendo SÓ na mídia impressa, em português... até que dá para levar...
O ilustrador entrega as imagens, e aguarda sua remuneração. Um valor fixo sobre determinado uso. Afinal, são deles os direitos sobre sua arte. E é esta relação autoral do ilustrador com sua obra que o atrai para literatura, ainda mais que para outras áreas.
Mas... já adivinharam o final da história?
Um contrato chega (às vezes com certo atraso, às vezes não).
Alguns ilustradores até se assustam, pois não imaginavam que seria formalizado um contrato* , ainda mais um tempão APÓS finalizadas as artes!
Sabe aquela história da "esquecida" relação com TIRAGEM, MÍDIA,... pois é... agora a editora SE LEMBROU! E como lembrou! Pois no contrato vem tudo explicadinho, só que aquela história do "apenas um livro" mudou, agora o editor também quer INFINITAS TIRAGENS, TODAS AS MÍDIAS, POR TODO SEMPRE... com direito a deformar, cortar, subverter as artes, com direito a revendê-las, a coloca-las em super vendas... tudo SEM QUE O AUTOR DA ILUSTRAÇÃO RECEBA UM ÚNICO CENTAVO.
Para que os colegas escritores entendam melhor o drama dos ilustradores, isso é como se o seu texto fosse licenciado com base em um valor fixo, finito e pequeno. Por exemplo: R$ 50,00 por página. E depois, você perdesse completamente os direitos patrimoniais sobre o mesmo, e ainda visse seu texto ser adulterado, e até licenciado para outros editores (e aí sim, se lembrariam de fazer o contrato corretamente).
Pode até um bom negócio, a princípio, receber um valor fechado, e não o percentual como na prática com o escritor. Mas a longo prazo, é um prejuízo enorme, e logo você se descobre escravo do sistema, sendo obrigado a produzir cada vez mais, mais rápido e tão fragilizado economicamente, que se vê submetido a mais vil exploração, com preço cada vez menores e editores que lhe empurram "contratos padrão". (E é esse o atual ritmo de trabalho dos ilustradores).
O correto é receber com base na UTILIZAÇÃO. Este valor fechado deve corresponder também a limites fechados de utilização, e nunca cessão integral. O opção de cessão deve ser algo muito especial, e mais bem pago. Não por acaso a criação de personagens e logotipos em muito, mas muito mesmo, mais cara do que a ilustração editorial. Por que tanto o personagem (tipo mascote) quanto o logotipo se unirão à imagem institucional da empresa, são do escopo de propriedade industrial, a aí sim, é essencial a cessão integral e universal de direitos. Pois até redesenhos de marca podem ocorrer, quando a empresa deseja atualizar sua imagem.
Os abusos com os ilustradores de livros já acontece com seus colegas escritores das revistas de banca.
As tiragens mínimas desses exemplares de banca é de 100.000 (pelo menos este era o critério na Ediouro para que uma revista sobrevivesse na casa). Ok, suponha que sejam só 10.000. Ainda assim, o valor investido nos autores é ínfimo se diluído no total de impressos.
O escritor para revistas infantis recebe R$ 50,00 (em 2007) por página, sem nenhum vínculo empregatício, com cessão total de direitos e pior: não tem a menor garantia de que as histórias que escreveu serão publicadas (e consequentemente pagas). Ele pode ver seu trabalho do mês inteiro ser recusado e ele fica ali, uma mão na frente outra atrás.
Uma história que lhe pagasse R$ 500,00 (10pgs), em 10.000 exemplares custaria ao editor: R$ 0,05.
Imagine ainda o retorno com anunciantes!
Ou seja, contratar um bom escritor, um excelente ilustrador, CUSTA MUITO POUCO, e ainda assim nos massacram com contratos terríveis, e valores aviltantes.
O triste é o editor não desconfiar o quão isso é prejudicial ao seu próprio negócio!
Que pagasse bem, que firmasse acordos justos... Isso se reflete na qualidade da criação! Aliás, qualquer profissão, se bem valorizada, responde com maior qualidade e presteza (seja autor, professor, médico, policial...).
Voltando às revistas: canso de ver oferta tosca de editor de quadrinhos em que se baseia apenas no formato auto-destrutivo dos contratos de cessão integral aplicados em conjunto com valores absurdamente baixos. Lembro de um editor na Ediouro, que querendo iniciar um série de "alto nível" de quadrinhos de terror, ofereceu a uma talentosíssima colega minha valores que não daria sequer para cobrir as diárias da gentil moça que se dispunha a fazer a faxina da casa da artista. Ora, independente de faxina ser ou não trabalho que exija especialização, as ilustrações da moça seriam reproduzidas na base dos milhares, junto a pomposos anunciantes e espalhadas, revendidas, exportadas, e re-licenciadas a torto e a direito.
Bem, a moça recusou e até onde sei o editor deve estar ainda a cata de bons autores para sua super revista...
A artista bem que tentou negociar um contrato, ainda de forma super vantajosa para o editor. Ele manteria o preço, mas ela não abriria mão do controle patrimonial de suas artes. Mas, como a Ediouro tinha os tais "contratos padronizados", nada feito. Francamente, no meu entender, quem saiu perdendo mais foi o editor - pois se a ilustradora perdeu os trocados (que poderia cobrir facilmente fazendo faxina na casa da sogra) o editor perdeu milhares de trocados que ganharia quando o trabalho de alto-nível dela chegasse às bancas de todos país.
Vejam este email de um colega autor para sentir um pouco mais do drama:
"Creio que, tanto da parte dos ilustres ilustradores quanto da parte das editoras existe gente mal informada e gente que deixa pra lá... Duas editoras (não cito nomes, por uma questão diplomática) me declararam que NÃO FAZEM CONTRATOS COM ILUSTRADORES. Uma delas, quando me posicionei pela necessidade (leia-se obrigatoriedade), se mostrou receptiva e me pediu o modelo para o contrato. Talvez eu esteja sendo ingênuo, mas me pareceu apenas desinformação e apego a práticas antigas, ou seja, apesar de tudo, não percebi má-fé. Em compensação, descobri que uma das mais conceituadas editoras tem dois modelos de contrato, o primeiro para quem assina qualquer coisa e o segundo para quem esperneia. No primeiro, eles ficam donos e senhores das imagens por toda a eternidade. No segundo, o uso é atrelado à obra (livro, conjunto de texto e imagem), com tempo determinado. Aí é malandragem mesmo. Se colar, colou... Como o ilustrador desconhece a existência do segundo, acaba assinando o primeiro. E aí, dançou. " ( recebi em abril de 2008)
Resumo na ópera:
Maus contratos espantam bons autores. Se o escritor, o ilustrador perde ao não aceitar os contratos "padronizados", os editores perdem muito mais. Muito mais do que jamais saberão se nunca mudarem sua postura de apertar o orçamento justo na parte mais importante do livro: na autoria!!! A parte mais importante e também a mais "barata", pois ainda que investissem mais, que revertessem melhor os lucros aos autores, ainda assim seria bem menos do que ganhariam com o aumento da qualidade dos trabalhos e consequente vendagem dos títulos.
* Na falta de um contrato, o que ficará valendo já está definido na Lei dos Direitos Autorais: tiragem de até 3.000, uma edição apenas, apenas um formato ( o primeiro proposto), 5 anos de publicação.
Desconheço a situação em outras editorias, mas na Globo (setor das revistas: Menino Maluquinho, Sítio do Picapau Amarelo e Turma do Cocoricó) posso falar um pouco.
Em 2007 fui convidada a participar do Workshop para escritores. Tava lá o Ziraldo, o Still, a Elvira, a Júlia Sapadaccini...
Tudo muito bem, tudo muito legal. Até que chegamos na vaca fria: o preço.
A situação dos escritores das revistas infantis é muito parecida (para não falar igual) a que os ilustradores enfrentam nos "grandes" grupos editoriais - que faturam muito com vendas de governo e mercado de didáticos e paradidáticos.
Nestas editoras - que muitas vezes acumulam milhares de autores na carteira (ilustradores inclusos), diferentes selos (e continuam crescendo e engolindo pequenas editoras), o ilustrador é "remunerado" em seus direitos com base em uma famigerada tabelinha que diz mais ou menos assim:
Capa - custa x;
PB - custa y;
cor - custa tanto...
E por aí vai.
Simplesmente é "esquecida" a relação inerente dos direitos autorais com TIRAGEM, MÍDIAS, REGIÃO, TRADUÇÕES... Sim... "esquecida". Pois é...
O ilustrador é contactado e informado de criará imagens que serão exploradas em um único título de livro impresso.
Assim sendo, a famigerada tabela, até que fica atrativa. Afinals é só um título... Sendo SÓ na mídia impressa, em português... até que dá para levar...
O ilustrador entrega as imagens, e aguarda sua remuneração. Um valor fixo sobre determinado uso. Afinal, são deles os direitos sobre sua arte. E é esta relação autoral do ilustrador com sua obra que o atrai para literatura, ainda mais que para outras áreas.
Mas... já adivinharam o final da história?
Um contrato chega (às vezes com certo atraso, às vezes não).
Alguns ilustradores até se assustam, pois não imaginavam que seria formalizado um contrato* , ainda mais um tempão APÓS finalizadas as artes!
Sabe aquela história da "esquecida" relação com TIRAGEM, MÍDIA,... pois é... agora a editora SE LEMBROU! E como lembrou! Pois no contrato vem tudo explicadinho, só que aquela história do "apenas um livro" mudou, agora o editor também quer INFINITAS TIRAGENS, TODAS AS MÍDIAS, POR TODO SEMPRE... com direito a deformar, cortar, subverter as artes, com direito a revendê-las, a coloca-las em super vendas... tudo SEM QUE O AUTOR DA ILUSTRAÇÃO RECEBA UM ÚNICO CENTAVO.
Para que os colegas escritores entendam melhor o drama dos ilustradores, isso é como se o seu texto fosse licenciado com base em um valor fixo, finito e pequeno. Por exemplo: R$ 50,00 por página. E depois, você perdesse completamente os direitos patrimoniais sobre o mesmo, e ainda visse seu texto ser adulterado, e até licenciado para outros editores (e aí sim, se lembrariam de fazer o contrato corretamente).
Pode até um bom negócio, a princípio, receber um valor fechado, e não o percentual como na prática com o escritor. Mas a longo prazo, é um prejuízo enorme, e logo você se descobre escravo do sistema, sendo obrigado a produzir cada vez mais, mais rápido e tão fragilizado economicamente, que se vê submetido a mais vil exploração, com preço cada vez menores e editores que lhe empurram "contratos padrão". (E é esse o atual ritmo de trabalho dos ilustradores).
O correto é receber com base na UTILIZAÇÃO. Este valor fechado deve corresponder também a limites fechados de utilização, e nunca cessão integral. O opção de cessão deve ser algo muito especial, e mais bem pago. Não por acaso a criação de personagens e logotipos em muito, mas muito mesmo, mais cara do que a ilustração editorial. Por que tanto o personagem (tipo mascote) quanto o logotipo se unirão à imagem institucional da empresa, são do escopo de propriedade industrial, a aí sim, é essencial a cessão integral e universal de direitos. Pois até redesenhos de marca podem ocorrer, quando a empresa deseja atualizar sua imagem.
Os abusos com os ilustradores de livros já acontece com seus colegas escritores das revistas de banca.
As tiragens mínimas desses exemplares de banca é de 100.000 (pelo menos este era o critério na Ediouro para que uma revista sobrevivesse na casa). Ok, suponha que sejam só 10.000. Ainda assim, o valor investido nos autores é ínfimo se diluído no total de impressos.
O escritor para revistas infantis recebe R$ 50,00 (em 2007) por página, sem nenhum vínculo empregatício, com cessão total de direitos e pior: não tem a menor garantia de que as histórias que escreveu serão publicadas (e consequentemente pagas). Ele pode ver seu trabalho do mês inteiro ser recusado e ele fica ali, uma mão na frente outra atrás.
Uma história que lhe pagasse R$ 500,00 (10pgs), em 10.000 exemplares custaria ao editor: R$ 0,05.
Imagine ainda o retorno com anunciantes!
Ou seja, contratar um bom escritor, um excelente ilustrador, CUSTA MUITO POUCO, e ainda assim nos massacram com contratos terríveis, e valores aviltantes.
O triste é o editor não desconfiar o quão isso é prejudicial ao seu próprio negócio!
Que pagasse bem, que firmasse acordos justos... Isso se reflete na qualidade da criação! Aliás, qualquer profissão, se bem valorizada, responde com maior qualidade e presteza (seja autor, professor, médico, policial...).
Voltando às revistas: canso de ver oferta tosca de editor de quadrinhos em que se baseia apenas no formato auto-destrutivo dos contratos de cessão integral aplicados em conjunto com valores absurdamente baixos. Lembro de um editor na Ediouro, que querendo iniciar um série de "alto nível" de quadrinhos de terror, ofereceu a uma talentosíssima colega minha valores que não daria sequer para cobrir as diárias da gentil moça que se dispunha a fazer a faxina da casa da artista. Ora, independente de faxina ser ou não trabalho que exija especialização, as ilustrações da moça seriam reproduzidas na base dos milhares, junto a pomposos anunciantes e espalhadas, revendidas, exportadas, e re-licenciadas a torto e a direito.
Bem, a moça recusou e até onde sei o editor deve estar ainda a cata de bons autores para sua super revista...
A artista bem que tentou negociar um contrato, ainda de forma super vantajosa para o editor. Ele manteria o preço, mas ela não abriria mão do controle patrimonial de suas artes. Mas, como a Ediouro tinha os tais "contratos padronizados", nada feito. Francamente, no meu entender, quem saiu perdendo mais foi o editor - pois se a ilustradora perdeu os trocados (que poderia cobrir facilmente fazendo faxina na casa da sogra) o editor perdeu milhares de trocados que ganharia quando o trabalho de alto-nível dela chegasse às bancas de todos país.
Vejam este email de um colega autor para sentir um pouco mais do drama:
"Creio que, tanto da parte dos ilustres ilustradores quanto da parte das editoras existe gente mal informada e gente que deixa pra lá... Duas editoras (não cito nomes, por uma questão diplomática) me declararam que NÃO FAZEM CONTRATOS COM ILUSTRADORES. Uma delas, quando me posicionei pela necessidade (leia-se obrigatoriedade), se mostrou receptiva e me pediu o modelo para o contrato. Talvez eu esteja sendo ingênuo, mas me pareceu apenas desinformação e apego a práticas antigas, ou seja, apesar de tudo, não percebi má-fé. Em compensação, descobri que uma das mais conceituadas editoras tem dois modelos de contrato, o primeiro para quem assina qualquer coisa e o segundo para quem esperneia. No primeiro, eles ficam donos e senhores das imagens por toda a eternidade. No segundo, o uso é atrelado à obra (livro, conjunto de texto e imagem), com tempo determinado. Aí é malandragem mesmo. Se colar, colou... Como o ilustrador desconhece a existência do segundo, acaba assinando o primeiro. E aí, dançou. " ( recebi em abril de 2008)
Resumo na ópera:
Maus contratos espantam bons autores. Se o escritor, o ilustrador perde ao não aceitar os contratos "padronizados", os editores perdem muito mais. Muito mais do que jamais saberão se nunca mudarem sua postura de apertar o orçamento justo na parte mais importante do livro: na autoria!!! A parte mais importante e também a mais "barata", pois ainda que investissem mais, que revertessem melhor os lucros aos autores, ainda assim seria bem menos do que ganhariam com o aumento da qualidade dos trabalhos e consequente vendagem dos títulos.
* Na falta de um contrato, o que ficará valendo já está definido na Lei dos Direitos Autorais: tiragem de até 3.000, uma edição apenas, apenas um formato ( o primeiro proposto), 5 anos de publicação.
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Como publicar 3: cuidado ao negociar.
Não faz muito tempo me surpreendi com três casos tristes de ilustradores que não conseguiram fazer carreira.
Um, famoso, com trabalhos na Veja, JB, Globo... largou tudo e foi ser fiscal do INSS. Outro, anos de trabalho árduo, agora de cabelos brancos, com problemas de saúde... ainda no redemoinho de conseguir clientes e seus trocados; e o terceiro... engolindo os sapos gordos dos contratos de cessão integral, mesmo sendo ele um nome renomado, parte da história da ilustração brasileira.
Realmente é de se deseperar quando se descobre que:
- a dedicação na formação de um bom nome, que seu profissionalismo, as horas passadas em claro, sem férias ou finais de semana (para cumprir os prazos ensandecidos), às vezes em que enxugando os orçamento para " ajudar" na publicação de determinado escritor, o investimento incessante em tecnologia e estudo... nada valem! Ou ainda: nada valem se você não souber negociar.
Para sobreviver na carreira o ilustrador NÃO PODE CEDER SEUS DIREITOS DE FORMA INTEGRAL.
Direitos Autorais existem justamente porque sem eles o ilustrador não tem como se manter produzindo! Se ilustração fosse "serviço" como gostariam certos editores, ao ilustrador caberiam ainda uma série de outros privilégios próprios ao prestadores de serviço. Um contrato de cessão integral, por exemplo, certamente configuraria uma prática abusiva, visto que se assemelharia a "serviço continuado".
Não temos como nos dividir em um segundo emprego, não temos seguro saúde, nem auxílio desemprego ou fundo de garantia... nada. Portanto é apenas com o bom gerenciamento do licenciamento de nossas artes que podemos criar condições dignas de sobrevivência, similar, é claro, a outras carreiras artísticas.
Não quero acabar como meus colegas do topo!
Um, famoso, com trabalhos na Veja, JB, Globo... largou tudo e foi ser fiscal do INSS. Outro, anos de trabalho árduo, agora de cabelos brancos, com problemas de saúde... ainda no redemoinho de conseguir clientes e seus trocados; e o terceiro... engolindo os sapos gordos dos contratos de cessão integral, mesmo sendo ele um nome renomado, parte da história da ilustração brasileira.
Realmente é de se deseperar quando se descobre que:
- a dedicação na formação de um bom nome, que seu profissionalismo, as horas passadas em claro, sem férias ou finais de semana (para cumprir os prazos ensandecidos), às vezes em que enxugando os orçamento para " ajudar" na publicação de determinado escritor, o investimento incessante em tecnologia e estudo... nada valem! Ou ainda: nada valem se você não souber negociar.
Para sobreviver na carreira o ilustrador NÃO PODE CEDER SEUS DIREITOS DE FORMA INTEGRAL.
Direitos Autorais existem justamente porque sem eles o ilustrador não tem como se manter produzindo! Se ilustração fosse "serviço" como gostariam certos editores, ao ilustrador caberiam ainda uma série de outros privilégios próprios ao prestadores de serviço. Um contrato de cessão integral, por exemplo, certamente configuraria uma prática abusiva, visto que se assemelharia a "serviço continuado".
Não temos como nos dividir em um segundo emprego, não temos seguro saúde, nem auxílio desemprego ou fundo de garantia... nada. Portanto é apenas com o bom gerenciamento do licenciamento de nossas artes que podemos criar condições dignas de sobrevivência, similar, é claro, a outras carreiras artísticas.
Não quero acabar como meus colegas do topo!
Como publicar 2: escritor e ilustrador também!
Uma vez depurado o texto, peça uma avaliação total. Trata-se da famosa leitura crítica. Vale cada centavo investido. Nele o avaliador verá os erros ortográficos, sugerirá uma melhor construção das frases, o grupo etário mais indicado, adequação de linguagem... Uma troca de idéias muito importante. Costumamos trabalhar com a escritora Flávia Cortes, também associada da AEILIJ.
Já nas ILUSTRAÇÕES, é ainda mais simples começar. O envio de um lindo postal com indicação de um portfolio "online" é o suficiente. Muitas vezes, pelo próprio site da editora, consegui que o portfolio fosse apreciado, ou mesmo um telefonema para marcar uma visita (a segunda etapa da "venda do seu peixe" constuma ser face-a-face).Daí o editor irá "casar" o ilustrador com o escritor mais afinado com seu estilo, para que nasçam lindos livros!
Muito importante: ilustração NÃO É serviço.
É obra autoral, e precisa de um contrato de licenciamento de imagens, similar ao do escritor: com prazos razoáveis para validade do mesmo e usos especificados coerentes com a remuneração oferecida.
Cuidado, que umas das armadilhas é forçar ao ilustrador a responder como se fosse mera "prestação de serviços". Isso muda completamente a relação , ainda que seja abertamente uma prática abusiva, algumas editoras (até grandes) usam este artifício para arrancar do autor das ilustrações todos seus direitos patrimoniais a preço de banana (literalmente, pois "coincidentemente" costumam ser as que pagam pior).
Para o ilustrador valem as mesmas dicas do escritor: participar de eventos, se fazer ver (no caso participando de mostras), deixar material promocional, ter material para mostrar na Internet (blogs, portfolios online). A "leitura crítica" das ilustrações também pode ser feita pot colegas mais experientes. O estande da AEILIJ no Salão FNLIJ do Livro para Crianças e Jovens é um ponto de encontro onde esse tipo de ajuda acontece, e de graça! Só precisa dar a sorte de topar com algum mestre da ilustração por lá... o que não é difícil de acontecer.
Todos os anos a AEILIJ monta uma importante mostra de ilustradores, que aparece não só no Salão FNLIJ mas também em outros eventos importantes, graças a organização da Associação em diversar regionais e até mesmo com contatos no exterior.
Associar-se a AEILIJ, ABIPRO e também a SIB é um meio ótimo de se manter visível, acessível e informado.
Crucial ainda é ter em mente que o ilustrador será um colaborador que trará soluções para o editor. Ele é parte vital do livro ilustrado, e portanto carrega em si uma grande responsabilidade. O editor precisa ter a garantia de que você cumprirá os prazos, de que terá boa vontade em aceitar as limitações usuais em um trabalho de equipe, que tem informações precisas sobre as referências que usa, que desenvolverá um trabalho original e instigante.
Um atraso pode comprometer todo o investimento do editor!!! Ainda mais com os prazos apertadíssimos dos atuais editais de aquisição de livros. Saiba combinar prazos. Quando fecho um prazo com o editor, procuro conseguir o maior tempo possível, porque isso irá se refletir na qualidade e me dará mais tempo para a fase de pesquisa. Sem contar que imprevistos podem ocorrer, ainda mais neste tempo em que o ilustrador também assume parte da (pré)produção gráfica (resolvendo os arquivos já no computador, calibrando cores, às vezes até diagramando).
Por falar em diagramação, uma boa dica e trabalhar em parceria com um designer, ou pelo menos um diagramador. Não tem sentido se ocupar desta parte, é melhor investir seu tempo para incrementar na qualidade das artes.
Resumindo, para que comece uma bela carreira em ilustra;cão de livros precisará:
- amostras de suas melhores artes;
- uma série de ilustrações (no mínimo 4) criadas a partir de um texto, ou um conceito de história, onde mostrará que sabe contar histórias através de imagens;
- uma biografia resumida, onde destacará aquilo que for pertinente ao editor: cursos de artes, de literatura, prêmios de arte, se já publicou algo (mesmo que de forma ainda amadora);
É recomendável ter um portfolio online, que pode ser um simples blog.
Estude o Guia do Ilustrador que está online e pode ser baixado e impresso gratuitamente:
www.guiadoilustrador.com.br
Ilustrações são comercializadas sob a Lei dos Direitos Autorais, e não como prestação de serviços. Procure ler com atenção a Lei 9610/98 dos Direitos Autorais (está na página do MInC). Quando precisar de modelos de contratos para ilustração (com sorte será breve) procure a AEILIJ, a ABIPRO ou a SIB.
Para livro ilustrado usamos contratos com prazos fechados, isto é, assim como o texto, as artes podem ser usadas até um certo tempo (de praxe, ainda que não seja regra, usam de 4 ou 5 anos). Pedimos, após a primeira edição, e nas vendas de governo , um percentual ainda pequeno sobre as novas vendas(tem sido de 2% a 2,5%).
Já nas ILUSTRAÇÕES, é ainda mais simples começar. O envio de um lindo postal com indicação de um portfolio "online" é o suficiente. Muitas vezes, pelo próprio site da editora, consegui que o portfolio fosse apreciado, ou mesmo um telefonema para marcar uma visita (a segunda etapa da "venda do seu peixe" constuma ser face-a-face).Daí o editor irá "casar" o ilustrador com o escritor mais afinado com seu estilo, para que nasçam lindos livros!
Muito importante: ilustração NÃO É serviço.
É obra autoral, e precisa de um contrato de licenciamento de imagens, similar ao do escritor: com prazos razoáveis para validade do mesmo e usos especificados coerentes com a remuneração oferecida.
Cuidado, que umas das armadilhas é forçar ao ilustrador a responder como se fosse mera "prestação de serviços". Isso muda completamente a relação , ainda que seja abertamente uma prática abusiva, algumas editoras (até grandes) usam este artifício para arrancar do autor das ilustrações todos seus direitos patrimoniais a preço de banana (literalmente, pois "coincidentemente" costumam ser as que pagam pior).
Para o ilustrador valem as mesmas dicas do escritor: participar de eventos, se fazer ver (no caso participando de mostras), deixar material promocional, ter material para mostrar na Internet (blogs, portfolios online). A "leitura crítica" das ilustrações também pode ser feita pot colegas mais experientes. O estande da AEILIJ no Salão FNLIJ do Livro para Crianças e Jovens é um ponto de encontro onde esse tipo de ajuda acontece, e de graça! Só precisa dar a sorte de topar com algum mestre da ilustração por lá... o que não é difícil de acontecer.
Todos os anos a AEILIJ monta uma importante mostra de ilustradores, que aparece não só no Salão FNLIJ mas também em outros eventos importantes, graças a organização da Associação em diversar regionais e até mesmo com contatos no exterior.
Associar-se a AEILIJ, ABIPRO e também a SIB é um meio ótimo de se manter visível, acessível e informado.
Crucial ainda é ter em mente que o ilustrador será um colaborador que trará soluções para o editor. Ele é parte vital do livro ilustrado, e portanto carrega em si uma grande responsabilidade. O editor precisa ter a garantia de que você cumprirá os prazos, de que terá boa vontade em aceitar as limitações usuais em um trabalho de equipe, que tem informações precisas sobre as referências que usa, que desenvolverá um trabalho original e instigante.
Um atraso pode comprometer todo o investimento do editor!!! Ainda mais com os prazos apertadíssimos dos atuais editais de aquisição de livros. Saiba combinar prazos. Quando fecho um prazo com o editor, procuro conseguir o maior tempo possível, porque isso irá se refletir na qualidade e me dará mais tempo para a fase de pesquisa. Sem contar que imprevistos podem ocorrer, ainda mais neste tempo em que o ilustrador também assume parte da (pré)produção gráfica (resolvendo os arquivos já no computador, calibrando cores, às vezes até diagramando).
Por falar em diagramação, uma boa dica e trabalhar em parceria com um designer, ou pelo menos um diagramador. Não tem sentido se ocupar desta parte, é melhor investir seu tempo para incrementar na qualidade das artes.
Resumindo, para que comece uma bela carreira em ilustra;cão de livros precisará:
- amostras de suas melhores artes;
- uma série de ilustrações (no mínimo 4) criadas a partir de um texto, ou um conceito de história, onde mostrará que sabe contar histórias através de imagens;
- uma biografia resumida, onde destacará aquilo que for pertinente ao editor: cursos de artes, de literatura, prêmios de arte, se já publicou algo (mesmo que de forma ainda amadora);
É recomendável ter um portfolio online, que pode ser um simples blog.
Estude o Guia do Ilustrador que está online e pode ser baixado e impresso gratuitamente:
www.guiadoilustrador.com.br
Ilustrações são comercializadas sob a Lei dos Direitos Autorais, e não como prestação de serviços. Procure ler com atenção a Lei 9610/98 dos Direitos Autorais (está na página do MInC). Quando precisar de modelos de contratos para ilustração (com sorte será breve) procure a AEILIJ, a ABIPRO ou a SIB.
Para livro ilustrado usamos contratos com prazos fechados, isto é, assim como o texto, as artes podem ser usadas até um certo tempo (de praxe, ainda que não seja regra, usam de 4 ou 5 anos). Pedimos, após a primeira edição, e nas vendas de governo , um percentual ainda pequeno sobre as novas vendas(tem sido de 2% a 2,5%).
quarta-feira, junho 17, 2009
Eu falando sobre ilustração na TVBrasil
Nesta quinta-feira dia 18 de junho, às 7h, vai ao ar pela TVBrasil minha entrevista para a série ILUSTRADORES do programa Salto para o Futuro que se apresenta agora em novo formato.
Como publicar?
Meu livro, "Breno,Breno" no estande da editora Larousse, esta semana no Salão FNLIJ de Livros para Crianças e Jovens – o mais importante no gênero. Foto:Thais Linhares, com meu celular mandrake.
Não é preciso arrumar ilustrador para publicar seu livro, porque quem deve cuidar disto é o editor.
O caminho para publicação mistura persistência e oportunidade.
É normal um escritor, mesmo experiente, ter seu texto recusado várias vezes antes de conseguir encontrar o editor que irá publicá-lo.
Suas chances de publicação aumentam se o texto cair no gosto pessoal do editor + ser de um tipo que a editora está procurando naquele momento + puder ser encaixado no calendário de lançamentos da editora (depois que eles fecham os lançamentos do ano não entra mais nada até o ano seguinte).
O volume de originais enviados para as editoras é enorme.
Alguns editores confessam que não chegam a lê-los.
Por isso é legal pegar algumas dicas que irão melhorar suas chances, são elas:
- Escreva em português impecável - e mesmo que seja impecável, não deixe de pedir para outra pessoa revisar, pois o escritor fica com o olhar "viciado" e depois de algum tempo não vê mais os pequenos erros de ortografia;
- Forme um grupo de leitura, onde você poderá expor seu trabalho aos amigos, e ver também o que eles escrevem, assim um ajuda ao outro a refinar o texto;
- Leia muito, e sempre, e apenas bons livros - a literatura brasileira está entre as melhores do mundo, principalmente os de literatura infanto-juvenil (LIJ);
- Passe a frequentar lançamentos de livros, feiras e bienais onde você sabe que poderá conhecer editores, e autores (auto-escritor e autor- ilustrador).
Eu faço isso até hoje, assim vou ficando conhecida (o cara-a-cara ajuda ao editor a se lembrar de você, o que já é um prêmio,visto que os editores são super ocupados e conhecem milhares de pessoas!);
- Faça auto-promoção. Exemplo: distribuir cartão pessoal para os editores, outros autores, professores (se seu interesse for LIJ); participar de listas/sites/foruns/blogs de escritores iniciantes ou não; tenha um blog, gratuito mesmo, onde pode colocar seus textos experimentais e pedir críticas construtivas aos visitantes do blog;
- não tenha medo, ou vergonha de ouvir uma rejeição, por pior que seja!!! Sério, já ouvi cada história! Alguns escritores famosos de hoje, começaram sendo rejeitados (às vezes porque o texto era mesmo ruim!) Mas não teriam conseguido se tivessem desistido;
- Não há problema em enviar o mesmo texto para vários editores ao mesmo tempo, pode informar: "esta é uma cópia de várias". A escritora Edna Bueno, quando começou, enviou os mesmos textos para mais de 20 editores... Deu certo!
Existem formalidades para apresentação de originais, que podem ser entregues pelo correio, em mãos (durante eventos), ou email (apenas quando o editor pedir desta forma).
Usamos folhas de formato A4 ou carta, sempre branco, sem enfeites!!!
Usar letra de máquina (no caso, computador) a mais convencional: Times, tamanho 10 ou 12.
Usar espaço duplo, isso quer dizer que o espaço entre as linhas é igual ao espaço de duas linhas.
É só marcar no computador "double space". Eu uso o Word para escrever meus originais.
Aos invés de grampear, prefira usar um clips para prender as folhas.
No rodapé de cada folha coloque: o número da página, o título da obra, seu nome e telefone/email para contato.
Na primeira folha, além do título, coloque seus dados para contato.
Atenção: não precisa dizer sua idade! Pois corre o risco de gerar preconceito.
Se o texto ainda não for suficientemente bom, irão culpar sua idade,
se o texto for excelente, corre o risco de por preconceito terem medo de aceitá-lo.
Raquel de Queirós surpreendeu todo mundo, quando ganhou um prêmio literário...
Ninguém imaginava que a autora daquela maravilha tivesse apenas 15 anos!
Se soubessem ANTES dos julgamento... será que teriam mudado de idéia? Nem que fosse por orgulho besta???
Não saberemos nunca.
Tampouco é válido fazer apresentações informais, do tipo: "meus amigos adoraram o texto..."
Por outro lado, experiências diretamente ligadas são válidas, do tipo: "Prêmio no Concurso de Redações", ou, "fiz oficina literária com o escritor Tal...", "Fui editora do Jornal do Grêmio Estudantil"...., "publiquei no Jornal Tal e Tal...", "sou colaboradora do Site Tal..."
Depois, resta colocar no envelope, endereçar ao editor escolhido e torcer para que se unam a sorte, o talento e a oportunidade!
Escolhendo o editor certo:
- Procure conhecer os outros lançamentos da editora que pretende, para saber se seu estilo combina com o gosto do editor (afinal, gosto pessoal conta muito) e com a linha editorial da casa (o tipo de publicação que a editora prefere trabalhar);
- Escolhidas as editoras alvo, telefone para elas, pedindo o nome do editor ou responsável pelo recebimento de originais (algumas podem tentar lhe desestimular, dizendo que eles não estão recebendo nada no momento... mas não encare isso como um não! De certa forma é para filtrar os oportunistas, que na verdade não iriam se tornar escritores mesmo. Ou seja... tente pegar o nome, dizendo por exemplo que quer mandar material de divulgação, e envie seu original);
- Mesmo que não consiga nada com uma editora, não deixe de mandar novos textos para a mesma, na medida que for criando mais histórias, pois isso fará o editor a começar a respeitá-la com alguém que realmente quer ser escritora!
- Quando você estiver mais entrosada com outros profissionais do ramo, poderá começar a receber notícias de qual editor está requisitando textos. Ano passado a Editora Salesiana de Sampa pediu que lhe enviassem textos sobre folclore. A notícia correu na lista da AEI-LIJ.
Sobre edição independente:
Se optar por publicar de forma independente (chega uma hora que a ansiedade aperta!!!), tome cuidado com os aproveitadores!!!
Existem "editores" que cobram uma grana alta para editar seu texto! Esses editores NÃO VÃO promover seu trabalho!
Como você pagou tudo, do custo de edição ao de impressão, eles não tem nenhum incentivo para distribuir e vender seu livro da forma correta!
Se for para você própria bancar, melhor não cair nas garras destes editores-aproveitadores. Eles nunca irão questionar se seu trabalho está pronto para ser colocado no mercado, melhor seria demorar mais para publicar e ir depurando o texto, o estilo, até ter certeza de ter em mão um material de qualidade.
Quando quis fazer uma edição de autor (isto é, pagando do bolso), fui direto na Fábrica de Livros do SENAI-Tijuca (que é a gráfica-digital que os pequenos editores-tipo-aproveitadores usam, assim pulei etapas e paguei apenas a impressão - só é preciso seguir as orientações que a própria Fábrica te passa, quanto ao formato do livro e como enviar o arquivo).
Neste caso, vale a pena sim, pedir a algum amigo que faça a capa e ilustrações, ele pode ser pago com parte dos livros, que ele próprio poderá usar para se promover como ilustrador. Um ilustrador profissional , dificilmente irá ajudá-la. Ele teria de largar algum trabalho pago, e certo, para assumir o risco contigo. Eu não poderia fazer isto, pois dependo de meu trabalho para sustentar minha família.
E, importante, ANTES de gastar seu dinheiro imprimindo seu texto, combine uma venda antecipada com seus parentes e amigos, depois faça uma festa de lançamento com eles.
Assim você garante pelo menos cobrir o custo de impressão. Tudo que vender depois é lucro seu. Você própria, como autora tem direito a editar e distribuir seu livro garantido por lei.
Mas... preciso te dar dicas de como funciona o mercado...
O Mercado de Livros no Brasil:
É SINISTRO. Sério. O livro chega ao leitor custando 5 vezes mais do que custou para imprimir.
Isto é: se um livro custou 2 reais para imprimir, ele custará 10 reais na livraria.
Destes 10 reais, metade, fica na mão do distribuidor e livreiro.
E pior:
Nas livrarias a preferencial será sempre para títulos consagrados.
Só pegam em consignação (se não venderem, você pega de volta e eles nao perdem nada); e até bem pouco tempo eles sequer eram responsáveis pela conservação dos livros. Atualmente são. Assine um termos de consignação, lembre que o combinado sai barato.
Sabendo disso a gente entende porque o editor é tão seletivo...
No caso de tiragens independentes e melhor você vender diretamente ao seu leitor! Ou na mão ou por internet (nesse caso, acrescente o custo de correio). Assim VOCÊ fica com os 5 reais que o distribuidor/livreiro ia pegar, mais o seu lucro de direito por seu trabalho (criação mais edição). Para um pequeno editor essa divisão de lucros é um entrave terrível e um desestímulo à produção de livros.
Sobre direitos autorais:
Como você é um autora, recomendo que conheça a LEI de DIREITOS AUTORAIS.
Essencial para que nunca se veja enganada por contratos desiguais, que lhe desfavoreçam na negociação de seus textos.
Como autora, você tem TODOS os direitos sobre como e onde seus textos podem ser usados.
Por isso, desde já, se prepare para recusar contratos de tentem lhe privar de seus direitos.
O que não pode faltar no contrato para publicaçao de texto:
- prazo da validade do contrato (usualmente 4 anos), se não houver nada no contrato especificando o prazo, valerá 5 anos, automaticamente;
- local que será publicado e idioma (usualmente Brasil, em português);
- dinheiro que o autor receberá, a forma de pagamento (usualmente de 6% a 10% do valor de CAPA do livro);
- números de exemplares a que o autor terá direito, sem custo (usualmente de 10 a 30 exemplares na primeira edição e 5 exemplares nas edições seguintes).
– exigência de prazo máximo para publicação, ou seja, se em 2 anos (exemplo, mais usual) o editor não publicar de fato, o contrato é cancelado.
Como vê... não basta saber contar bem uma história.
Para vencer neste neio é preciso estar pronta para mostrar a cara mesmo, conhecer o mercado, as leis, as pessoas...
Não caia nesta história de que é PANELINHA!
Sim, é uma baita panelinha! Com direito a encontro de autores depois das bienais, fofocas, troca de gentilezas e tapas...
Mas... como qualquer panelinha do planeta, ela é uma panela de tampa aberta!
É só mostrar que seu texto é um tempero novo, que você ama o que faz, que quer participar deste mundo lindo!
Por fim,
Acho esses autores, os da velha guarda, maravilhosos. Rio muito com os "causos" que contam no encontros e feiras.
Sou super tímida (se não fosse, seria atriz e cantora ao invés de ilustradora! Por que além de desenhar, já me apresentei no palco... só que sou mesmo do tipo solitário e rabugento!) e inventei meu jeito próprio de ser "metida"e correr atrás das oportunidades.
No momento é minha única fonte de renda. Isso é comum entre ilustradores - pois o trabalho com imagem costuma ocupar todo nosso tempo, cansei de virar noite para cumprir os prazos doidos do mercado.
Já com os escritores, eles vão aos poucos, se dividindo entre dois trabalhos ( a Edna é engenheira, o Gabriel Lacerda é advogado, a Luciana Savaget é jornalista...) e se algum dia sentem que podem viver só de seus textos, largam tudo e ficam sendo escritores e colunistas com dedicação total.
Perseverança, talento e oportunidade, nesta ordem mesmo, lhe ajudarão a chegar lá.
Pergunta sobre a utilização de ilustrações em apostilas
Um colega me perguntou dia desses:
"Tenho um colega que fez ilustrações de várias apostilas. Ele tem direito a receber um comissão na venda das apostilas?"
Resposta:
Depende do que firmou em contrato.
Na falta de um contrato, pode-se entender que o que recebeu pelos desenhos cobre o primeiro uso pretendido, no caso as próprias apostilas.
Na falta de determinação de tiragem e edições, considera-se que a tiragem é de 3.000 e a edição é a primeira (veja na Lei do Direitos Autorais 9610/98).
O pagamento que ele recebeu já é a remuneração dos Direitos Autorais. No caso cobrindo o que foi acordado, ou, na falta de contrato, os parâmetros que falei.
Se amanhã ou depois as artes forem re-utilizadas, sem que houvesse permissão para tal, ex. em outro livro, em site, em CDrom... daí ele pode exigir um novo pagamento, entrando em outro acordo sobre essa nova utilização. Funciona igualzinho para o caso de ser texto, ou música, ou qualquer outra obra autoral.
"Tenho um colega que fez ilustrações de várias apostilas. Ele tem direito a receber um comissão na venda das apostilas?"
Resposta:
Depende do que firmou em contrato.
Na falta de um contrato, pode-se entender que o que recebeu pelos desenhos cobre o primeiro uso pretendido, no caso as próprias apostilas.
Na falta de determinação de tiragem e edições, considera-se que a tiragem é de 3.000 e a edição é a primeira (veja na Lei do Direitos Autorais 9610/98).
O pagamento que ele recebeu já é a remuneração dos Direitos Autorais. No caso cobrindo o que foi acordado, ou, na falta de contrato, os parâmetros que falei.
Se amanhã ou depois as artes forem re-utilizadas, sem que houvesse permissão para tal, ex. em outro livro, em site, em CDrom... daí ele pode exigir um novo pagamento, entrando em outro acordo sobre essa nova utilização. Funciona igualzinho para o caso de ser texto, ou música, ou qualquer outra obra autoral.
domingo, junho 14, 2009
DISCUSSÕES AEILIJ com Mauríco Veneza e Marília Pirillo.
A Arte de Criar Histórias
para Crianças e Jovens
A Associação de Escritores e Ilustradores de Literatura Infantil e Juvenil – AEILIJ, convida para um inédito bate-papo/discussão entre autores* de LIJ, aberto ao público em geral.
A AEILIJ, promoverá um evento inédito: autores de Literatura para Crianças e Jovens discutindo técnicas e manhas de sua arte & ofício com outros autores e com a participação do público interessado no tema.
A Literatura para Crianças e Jovens é riquíssima em recursos técnicos, que absorve da Literatura em geral e a transforma segundo a exigência de atrair e seduzir seu público, tão especial. Além disso, importantes novidades técnicas da arte de criar histórias estão surgindo nessa área, capazes de influenciar toda a comunicação ficcional, aí considerando não um público em especial, mas os leitores de maneira ampla.
São as intimidades desse fazer literário, discutidas por autores com mais de vinte anos de carreira e sucesso, amados pelo seu público, premiados e destacados sempre pela crítica, que a AEILIJ põe em Discussão no dia 18 de junho, das 09 às 17 hs, no XI Salão FNLIJ do Livro para Crianças e Jovens.
* A AEILIJ considera como autores, os criadores de texto (escritores) e de imagem (ilustradores).
Cada D!SCUSSÃO contará com três autores, sendo 2 provocadores e 1 mediador.
09:00hs Abertura
Anna Claudia Ramos – Presidente da AEILIJ
09:20hs Primeira Discussão: INGREDIENTES
(personagens, focos e vozes narrativos, manhas, recursos e caprichos)...
Provocadores: Rosana Rios e Pedro Bandeira.
Mediadora: Antonella Catinari
10:50hs Segunda Discussão : FONTES
(Clássicos, Cultura Popular e outros...)
Provocadores: Rogério Andrade Barbosa e Luiz Antonio Aguiar.
Mediadora: Sandra Pina
12:20 às 14hs Intervalo
14:00hs Terceira Discussão : A IMAGEM
(narrativas visuais, harmonização com o texto etc...)
Provocadores: Thais Linhares e Maurício Veneza.
Mediadora: Marília Pirillo.
15:30hs Quarta Discussão: GÊNEROS
(terror, humor e seus pares)
Provocadores: Rosa Amanda Strausz e Gustavo Bernardo.
Mediador: Hermes Bernardi Jr.
16:50hs Encerramento
Término: 17:00 hs
Dia: 18 de junho de 2009
Local: XI Salão FNLIJ do Livro para Crianças e Jovens.
Centro Cultural Ação da Cidadania
Av. Barão de Tefé, 75, Bairro Saúde, no Rio de Janeiro, RJ
A única taxa para a entrada no evento, será o ingresso do Salão, que custa R$ 3,00.
www.aeilij.org.br
Para maiores informações, por favor contate Sandra Pina – comunicação@aeilij.org.br
para Crianças e Jovens
A Associação de Escritores e Ilustradores de Literatura Infantil e Juvenil – AEILIJ, convida para um inédito bate-papo/discussão entre autores* de LIJ, aberto ao público em geral.
A AEILIJ, promoverá um evento inédito: autores de Literatura para Crianças e Jovens discutindo técnicas e manhas de sua arte & ofício com outros autores e com a participação do público interessado no tema.
A Literatura para Crianças e Jovens é riquíssima em recursos técnicos, que absorve da Literatura em geral e a transforma segundo a exigência de atrair e seduzir seu público, tão especial. Além disso, importantes novidades técnicas da arte de criar histórias estão surgindo nessa área, capazes de influenciar toda a comunicação ficcional, aí considerando não um público em especial, mas os leitores de maneira ampla.
São as intimidades desse fazer literário, discutidas por autores com mais de vinte anos de carreira e sucesso, amados pelo seu público, premiados e destacados sempre pela crítica, que a AEILIJ põe em Discussão no dia 18 de junho, das 09 às 17 hs, no XI Salão FNLIJ do Livro para Crianças e Jovens.
* A AEILIJ considera como autores, os criadores de texto (escritores) e de imagem (ilustradores).
Cada D!SCUSSÃO contará com três autores, sendo 2 provocadores e 1 mediador.
09:00hs Abertura
Anna Claudia Ramos – Presidente da AEILIJ
09:20hs Primeira Discussão: INGREDIENTES
(personagens, focos e vozes narrativos, manhas, recursos e caprichos)...
Provocadores: Rosana Rios e Pedro Bandeira.
Mediadora: Antonella Catinari
10:50hs Segunda Discussão : FONTES
(Clássicos, Cultura Popular e outros...)
Provocadores: Rogério Andrade Barbosa e Luiz Antonio Aguiar.
Mediadora: Sandra Pina
12:20 às 14hs Intervalo
14:00hs Terceira Discussão : A IMAGEM
(narrativas visuais, harmonização com o texto etc...)
Provocadores: Thais Linhares e Maurício Veneza.
Mediadora: Marília Pirillo.
15:30hs Quarta Discussão: GÊNEROS
(terror, humor e seus pares)
Provocadores: Rosa Amanda Strausz e Gustavo Bernardo.
Mediador: Hermes Bernardi Jr.
16:50hs Encerramento
Término: 17:00 hs
Dia: 18 de junho de 2009
Local: XI Salão FNLIJ do Livro para Crianças e Jovens.
Centro Cultural Ação da Cidadania
Av. Barão de Tefé, 75, Bairro Saúde, no Rio de Janeiro, RJ
A única taxa para a entrada no evento, será o ingresso do Salão, que custa R$ 3,00.
www.aeilij.org.br
Para maiores informações, por favor contate Sandra Pina – comunicação@aeilij.org.br
domingo, junho 07, 2009
Salão do Livro FNLIJ para Crianças e Jovens - 2009
Querida turma que ama ler, ouvir e contar histórias,
Gostarei muito de encontrá-los lá entre livros. Estarei lno Salão em diversas ocasiões, mas garantidamente em:
Dia 13 – 10h – Lançamento do livro "O Vestido", texto de Celso Sisto; ilustrações minhas; editora ZIT;
Dia 15 – 11h – Lançamento do livro "Pano de Boca", texto de Sandra Pina; ilustrações minhas; editora Cortez;
Dia 18 – 14h – "Discussões AEILIJ", junto com Maurício Veneza, mediadora: Marília Pirillo;
Dia 19 - 13h - Performance da Ilustradora (eu desenhando em papel gigante!)
Ainda no dia 18, mais cedo, às 8:45h vai ao ar pela TV Brasil (canal 2 na TV aberta do Rio) minha entrevista para a série sobre ilustração no programa "Salto para o Futuro".
Terá um sistema gratuito de vans para levar as pessoas até o local do Salão saindo da Av. Presidente Vargas:
Van da Av. Pres. Vargas, em frente ao prédio da Embratel. Capacidade para 15 pessoas. Intervalo de 15 min.
Dia de semana - sai da Pres. Vargas apartir das 7:30, e a última van, saí do Centro Cultural às 18:30.
Final de semana e feriado - sai da Pres. Vargas a partir das 9:00, e a última van, sai do Centro Cultural as 20:30
Mais informações com:
Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil - FNLIJ
Seção Brasileira do YBBY
Rua da Imprensa, 16 - salas 1212 a 1215
20030-120 - Rio de Janeiro - RJ
Tel/fax: 55 21 2262-9130
E-mail: comunicacofnlij@fnlij.org.br
www.fnlij.org.br
quinta-feira, junho 04, 2009
Cores e Formas que Contam Histórias - expo
Contra-capa do folder, organização e projeto gráfico das ilustradoras Marília Pirillo e Anniebeatriz.
No aniversário de 10 anos da AEILIJ, uma exposição dos ilustradores no Salão FNLIJ de Livros para Crianças e Jovens - 2009.
No estande da Associação.
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