quarta-feira, dezembro 31, 2014
A Cigarra e a Formiga
Sobre a questão de "liberar" o uso das obras autorais sem que seja necessário nenhuma remuneração aos autores.
Não precisa muito para perceber o tiro no pé.
Os Direitos Autorais, em sua concepção moderna e atual, foram elaborados para garantir o sustento de quem escolhe se dedicar à criação intelectual.
Sem eles, não é possível ao autor a independência econômica necessária para que possa trabalhar nessa área.
Inclusive, na atual conjuntura, a parte que cabe ao tal "sustento" é de longe a menor em toda a cadeia de produção, distribuição e consumo das artes. E, no meio literário, a única que ainda paga impostos sobre os tostões que recebe.
Não sabiam?
Para baratear os livros impressos, até mesmo a indústria gráfica e papeleira foram liberadas de pagar impostos. Algo que deve ter retirado alguns milhões dos cofres públicos. Agora, o autor, este que recebe, no máximo, 10% do preço de venda de um livro, o que não chega a juntar nem R$50 reais em um mês... Este irá pagar um terço de tudo que recebe em impostos.
Não há saída. Somos pessoa física. A criação do MEI – Micro Empreendedor Individual, nos acendeu um esperança, mas, não! O MEI não aceita nenhum tipo de trabalho criativo/intelectual e ainda esperamos uma Empresa de Autor, que nos contemple e possibilite produzir mais e melhor.
O que justifica retirar dos autores justamente o que possibilita que eles existam?
A consequência direta disso NÃO SERÁ uma maior difusão da arte.
Pois o que encarece a transmissão da mesma não são os parcos 10% que o autor recebe. Em geral recebe até menos. Incontáveis vezes não recebe é nada.
O que é caro, e dispendioso, são os meios de transmissão.
Custa muito caro colocar um livro pra vender em uma livraria. Custa, de fato, de 30% a 80% do preço de venda do mesmo.
Custa muito caro divulgar uma obra pela Internet pagando um banner que seja minimamente visível no Google, Facebook, ou outro grande latifúndio cybernético, para a maioria dos novos autores. O que é extremamente injusto, visto que esses grupos de Internet lucram valores astronômicos com a transmissão de nossas obras, na maioria das vezes sem permissão e sem nenhum retorno.
E, quando tem retorno, nos ad-senses, é microscópico. Para ter ideia, para que um jovem vlogger consiga R$ 2.000,00, ele precisa bater mais de 100.000 visualizações em um mês.
Enquanto isso o Google bate recordes de lucratividade, arma um exército de drones, loteia a superfície do planeta... Sentiram o drama?
Aliás, o Google, esse pobre e necessitado mendigo, é quem MAIS IRÁ LUCRAR com a liberação da pirataria. Ela já rola solta. Mas com a liberação através da lei, ele poderá parar de pagar os tostões furados, e poderá formar um grupo de autores próprios em regime de mecenato, e sem concorrência.
Se é para baratear a arte... tem de democratizar os MEIOS de transmissão.
Banners grátis pra todos. Distribuição gratuita de obras bancadas por impostos pagos pelas grandes fortunas feitas na rede às custas de nossa criatividade.
Ter livrarias onde os editores e autores fiquem com a maior parte. Justo, afinal que arca com o risco são eles. Se o livro não vende, o livreiro simplesmente retorna os exemplares, e quem assume o prejuízo é o editor/produtor! É uma aberração comercial que quem tenha o maior risco lucre menos!
Que os espaços culturais, todos, ofereçam uma parte de seus calendários a atividades gratuitas e populares de difusão da arte.
Que as Igrejas abram suas portas aos artistas que desejarem se divulgar, e que possam usar seus equipamentos de som, instalações para tal. Lembrando que templo e igrejas, ao contrário dos autores, NÃO PAGAM IMPOSTOS. E, ao meu ver, se arte e cultura é tão importante assim, por que então não são isentas de impostos? Um bom livro também pode salvar almas.
Precisamos ter nos provedores e portais de internet, igualdade de divulgação para autores ricos e pobres. Fazer uma "reforma agrária" na rede. Enxergar a informação como direito e área estratégica. Já não tava na hora de ter um Face ou Google que fosse totalmente universal e sem fins lucrativos? Cadê a coletividade global?
E, ao contrário do que estão querendo fazer, AUMENTAR o ganho de quem quiser produzir e criar arte, cultura e inovação. De forma a incentivar que as mentes mais criativas e talentosas da humanidade se coloquem à disposição do planeta. Seja este autor uma professora brasileira do Morro do Alemão, seja um avô alemão em condomínio burguês em Berlim.
A existência dos direitos autorais, é o que faz com que a cigarras não morram no inverno, e que possam voltar a cantar nos verões seguintes.
Mas algumas formiguinhas (com cérebro de formiguinha mesmo), incapazes de entender isso, estão a querer matar de fome nossa cultura.
Não precisa muito para perceber o tiro no pé.
Os Direitos Autorais, em sua concepção moderna e atual, foram elaborados para garantir o sustento de quem escolhe se dedicar à criação intelectual.
Sem eles, não é possível ao autor a independência econômica necessária para que possa trabalhar nessa área.
Inclusive, na atual conjuntura, a parte que cabe ao tal "sustento" é de longe a menor em toda a cadeia de produção, distribuição e consumo das artes. E, no meio literário, a única que ainda paga impostos sobre os tostões que recebe.
Não sabiam?
Para baratear os livros impressos, até mesmo a indústria gráfica e papeleira foram liberadas de pagar impostos. Algo que deve ter retirado alguns milhões dos cofres públicos. Agora, o autor, este que recebe, no máximo, 10% do preço de venda de um livro, o que não chega a juntar nem R$50 reais em um mês... Este irá pagar um terço de tudo que recebe em impostos.
Não há saída. Somos pessoa física. A criação do MEI – Micro Empreendedor Individual, nos acendeu um esperança, mas, não! O MEI não aceita nenhum tipo de trabalho criativo/intelectual e ainda esperamos uma Empresa de Autor, que nos contemple e possibilite produzir mais e melhor.
O que justifica retirar dos autores justamente o que possibilita que eles existam?
A consequência direta disso NÃO SERÁ uma maior difusão da arte.
Pois o que encarece a transmissão da mesma não são os parcos 10% que o autor recebe. Em geral recebe até menos. Incontáveis vezes não recebe é nada.
O que é caro, e dispendioso, são os meios de transmissão.
Custa muito caro colocar um livro pra vender em uma livraria. Custa, de fato, de 30% a 80% do preço de venda do mesmo.
Custa muito caro divulgar uma obra pela Internet pagando um banner que seja minimamente visível no Google, Facebook, ou outro grande latifúndio cybernético, para a maioria dos novos autores. O que é extremamente injusto, visto que esses grupos de Internet lucram valores astronômicos com a transmissão de nossas obras, na maioria das vezes sem permissão e sem nenhum retorno.
E, quando tem retorno, nos ad-senses, é microscópico. Para ter ideia, para que um jovem vlogger consiga R$ 2.000,00, ele precisa bater mais de 100.000 visualizações em um mês.
Enquanto isso o Google bate recordes de lucratividade, arma um exército de drones, loteia a superfície do planeta... Sentiram o drama?
Aliás, o Google, esse pobre e necessitado mendigo, é quem MAIS IRÁ LUCRAR com a liberação da pirataria. Ela já rola solta. Mas com a liberação através da lei, ele poderá parar de pagar os tostões furados, e poderá formar um grupo de autores próprios em regime de mecenato, e sem concorrência.
Se é para baratear a arte... tem de democratizar os MEIOS de transmissão.
Banners grátis pra todos. Distribuição gratuita de obras bancadas por impostos pagos pelas grandes fortunas feitas na rede às custas de nossa criatividade.
Ter livrarias onde os editores e autores fiquem com a maior parte. Justo, afinal que arca com o risco são eles. Se o livro não vende, o livreiro simplesmente retorna os exemplares, e quem assume o prejuízo é o editor/produtor! É uma aberração comercial que quem tenha o maior risco lucre menos!
Que os espaços culturais, todos, ofereçam uma parte de seus calendários a atividades gratuitas e populares de difusão da arte.
Que as Igrejas abram suas portas aos artistas que desejarem se divulgar, e que possam usar seus equipamentos de som, instalações para tal. Lembrando que templo e igrejas, ao contrário dos autores, NÃO PAGAM IMPOSTOS. E, ao meu ver, se arte e cultura é tão importante assim, por que então não são isentas de impostos? Um bom livro também pode salvar almas.
Precisamos ter nos provedores e portais de internet, igualdade de divulgação para autores ricos e pobres. Fazer uma "reforma agrária" na rede. Enxergar a informação como direito e área estratégica. Já não tava na hora de ter um Face ou Google que fosse totalmente universal e sem fins lucrativos? Cadê a coletividade global?
E, ao contrário do que estão querendo fazer, AUMENTAR o ganho de quem quiser produzir e criar arte, cultura e inovação. De forma a incentivar que as mentes mais criativas e talentosas da humanidade se coloquem à disposição do planeta. Seja este autor uma professora brasileira do Morro do Alemão, seja um avô alemão em condomínio burguês em Berlim.
A existência dos direitos autorais, é o que faz com que a cigarras não morram no inverno, e que possam voltar a cantar nos verões seguintes.
Mas algumas formiguinhas (com cérebro de formiguinha mesmo), incapazes de entender isso, estão a querer matar de fome nossa cultura.
Marcadores:
dicas pra carreira,
direitos autorais,
pensando a arte
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário