Os trabalhos finais dos alunos foram apresentados, seguidos de show do Apafunk e Mc Leonardo, um delicioso almoço após o qual partimos para a Rocinha para a primeira distribuição, gratuita, da cartilha "Cultura Popular e Direitos Humanos". Ao som do Apafunk descemos a rua atravessando a Rocinha, passamos pela passarela e na quadra da Acadêmicos da Rocinha todos puderam assistir exibição gratuita do filme "Estopim". A obra nos conta sobre o emblemático caso do desaparecimento do pedreiro Amarildo, cujo assassinato se tornou emblemático da luta contra a violência de estado e a corrupção policial. Excelente peça cinematográfica, que mistura documentário com dramatização (as cenas em que conhecemos mais sobre a vida pregressa e a trajetória de Amarildo até sua morte), com produção arrebatadora.
Prod. Associados: Felipe Nahon, Mariana Genescá e Rodrigo Mac Niven
O assassinato do ajudante de pedreiro Amarildo, após uma sessão de tortura por parte de policiais da UPP da Rocinha em julho de 2013, trouxe à tona fundamental discussão sobre a política de segurança pública do Rio de Janeiro. Esse é o mote do documentário O Estopim, de Rodrigo Mac Niven, que será lançado na Première Brasil do Festival do Rio no dia 29 de setembro, às 17h, no Cine Lagoon.
O filme usa o caso de Amarildo como pano de fundo para falar sobre a militarização do projeto de governo e denuncia o que vem acontecendo na rotina das comunidades cariocas desde a implantação das UPPs.
Com cenas de ficção vividas pelo ator Brunno Rodrigues na pele do Amarildo, o documentário tem como fio condutor o líder comunitário da Rocinha Carlos Eduardo Barbosa, o Duda, amigo da família do ajudante de pedreiro. Meses antes do desaparecimento de Amarildo, no dia 14 de julho de 2013, Duda já havia denunciado ao Ministério Público os abusos policiais na comunidade. Até hoje, ele luta para que outros casos como este não voltem a acontecer.
A história de vida e coragem do líder comunitário foi o que motivou Rodrigo Mac Niven, diretor e roteirista, a fazer o filme. “A coragem da família e dos amigos de Amarildo se transformou em símbolo de resistência e luta da sociedade civil contra a violência do Estado. O caso Amarildo foi o estopim não apenas para a mobilização de outras comunidades, mas principalmente para expor as fragilidades de um projeto de segurança pública militarizado. Essa história precisava ser retratada”, afirma Rodrigo Mac Niven.
O Estopim foi realizado em menos de um ano, desde a pré-produção até a finalização, de forma independente e colaborativa. Os cerca de 40 profissionais envolvidos foram convidados pelo diretor e aceitaram entrar no projeto por acreditarem na causa e na importância da discussão proposta no documentário.
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