sábado, fevereiro 04, 2006
Santa Rita de Cassia
A escola da manhã seguinte era da rede particular. Educandário Santa Rita de Cássia. Um espaço excelente. A arquitetura fazia com que todas as salas tivessem acesso ao pátio central – como nas casas árabes típicas. Separaram um grupo para conversar conosco e logo a estes se juntaram mais crianças, que na realidade haviam decidido trocar o recreio pela oportunidade de conversar conosco.
Não havia estrutura para a criação do livrão, mas isso permitiu uma outra abordagem não menos interessante.
Pudemos conversar com cada um, mais demoradamente, e atender as necessidades de cada neo-autor. Lembro-me de especial de um que era fascinado pela obra de Tolkien, o Senhor dos Anéis. Inspirado pela história e pelas belas imagens (trabalho do ilustrador inglês Alan Lee) ele já havia começado a criar uma série de personagens fantásticos. A arte fantástica era a preferida das crianças. Dragões em primeiro lugar, seguido por pégasos, unicórnios e sereias. Não havia muita distinção de gosto quanto ao tema entre meninos e meninas. Apenas que as meninas se sentiam mais á vontade para pedir pelas sereias e unicórnios (mais associados culturalmente a personalidade feminina). Os grupos etários abordados estavam em plena fase criativa – interessados sobretudo na aventura heróica, com desafios, perigos e criaturas mágicas.
As crianças buscavam fruir ao máximo de nossa presença lá. Novamente respondemos perguntas sobre a criação, execução e publicação de textos e imagens ¬ de LIJ. Anna contou sobre como criou suas histórias, e de como o folclore brasileiro, sempre presente nos “causos”contados por nossos avós, ofereciam um fonte maravilhosa de histórias. Falei de minha vó, inspiração para o livro “Vovó Dragão”, do qual também mostrei as ilustrações. Levei as placas de impressão com as quais produzi as imagens do livro, também escrito por mim, e sempre que possível deixei que as crianças manuseassem as placas de cobre e sentissem a trama do desenho. Aproveitamos para falar um pouco do processo de criação aliado também à produção do livro. Então Anna Cláudia fez uma apresentação completa sobre isso, produzida por ela em Powerpoint.
Lanchamos, continuamos informalmente conversando com os alunos, tiramos fotos e partimos para a última escola. Que seria na realidade, a mais linda das experiências daquela Ciranda em Paraty.
Não havia estrutura para a criação do livrão, mas isso permitiu uma outra abordagem não menos interessante.
Pudemos conversar com cada um, mais demoradamente, e atender as necessidades de cada neo-autor. Lembro-me de especial de um que era fascinado pela obra de Tolkien, o Senhor dos Anéis. Inspirado pela história e pelas belas imagens (trabalho do ilustrador inglês Alan Lee) ele já havia começado a criar uma série de personagens fantásticos. A arte fantástica era a preferida das crianças. Dragões em primeiro lugar, seguido por pégasos, unicórnios e sereias. Não havia muita distinção de gosto quanto ao tema entre meninos e meninas. Apenas que as meninas se sentiam mais á vontade para pedir pelas sereias e unicórnios (mais associados culturalmente a personalidade feminina). Os grupos etários abordados estavam em plena fase criativa – interessados sobretudo na aventura heróica, com desafios, perigos e criaturas mágicas.
As crianças buscavam fruir ao máximo de nossa presença lá. Novamente respondemos perguntas sobre a criação, execução e publicação de textos e imagens ¬ de LIJ. Anna contou sobre como criou suas histórias, e de como o folclore brasileiro, sempre presente nos “causos”contados por nossos avós, ofereciam um fonte maravilhosa de histórias. Falei de minha vó, inspiração para o livro “Vovó Dragão”, do qual também mostrei as ilustrações. Levei as placas de impressão com as quais produzi as imagens do livro, também escrito por mim, e sempre que possível deixei que as crianças manuseassem as placas de cobre e sentissem a trama do desenho. Aproveitamos para falar um pouco do processo de criação aliado também à produção do livro. Então Anna Cláudia fez uma apresentação completa sobre isso, produzida por ela em Powerpoint.
Lanchamos, continuamos informalmente conversando com os alunos, tiramos fotos e partimos para a última escola. Que seria na realidade, a mais linda das experiências daquela Ciranda em Paraty.
A casa da Folia
Uma breve parada na casa de Gabriela, e fomos para a Casa da Folia.
Ali é o pólo dos eventos que agitam a cidade. Como, por exemplo, a exposição dos quadros de Patrícia Gibrail (www.patriciagibrail.com.br ; patriciagibrail@zipmail.com.br), e dos móveis do arquiteto e decorador Zé Cassio (zecassio@uol.com.br). Ali seria em breve a sede da Folia Gastronômica, que ocuparia a cidade nas próximas semanas. Não muito longe dali, o colega ilustrador Gonzalo Cárcamo (www.carcamo.com.br) ocupava a Casa da Cultura (casadacultura@paratyweb.com.br ; 24 3371 2335, com Milena Moraes) de Paraty com exposição de aquarelas. Junto a esta exposição havia outra: Ymaguaré – Mitos e Lendas Indígenas, da Associação Nhandeva.
Jantamos no Banana da Terra, especializado em frutos do mar e pratos caiçaras. Do atendimento à sobremesa: a mais deliciosa refeição que fizemos… desde quando lembro! Perdoem-me, não estou exagerando, era mesmo de revirar os olhos de prazer e aguar a boca. A chef, Aninha, além de ser a capitã do Folia Gastronômica, é um gênio da culinária. Nada mais a dizer. Melhor voltar lá…
Banana da Terra: R. Dr. Samuel Costa 198, tel. 24 3371 1725
A noite, a tempestade levou a luz embora, e tomamos vinho na Casa da Folia neste tom siena de casarão centenário iluminado por velas e lanternas. Lindo demais.
Já de volta à pousada, dormimos como anjos. Imaginei, ou sonhei, não recordo bem, que as ruas estavam repletas de fantasmas. De alegres bucaneiros, de agitados comerciantes, de sinhás embaralhadas entre segurar seus guarda-chuvas ou erguer os saiões sobre os córregos de rua. Fantasmas que vendiam cocadas, sandálias e araras. Uma fantasmagoria alegre e fascinante.
Ali é o pólo dos eventos que agitam a cidade. Como, por exemplo, a exposição dos quadros de Patrícia Gibrail (www.patriciagibrail.com.br ; patriciagibrail@zipmail.com.br), e dos móveis do arquiteto e decorador Zé Cassio (zecassio@uol.com.br). Ali seria em breve a sede da Folia Gastronômica, que ocuparia a cidade nas próximas semanas. Não muito longe dali, o colega ilustrador Gonzalo Cárcamo (www.carcamo.com.br) ocupava a Casa da Cultura (casadacultura@paratyweb.com.br ; 24 3371 2335, com Milena Moraes) de Paraty com exposição de aquarelas. Junto a esta exposição havia outra: Ymaguaré – Mitos e Lendas Indígenas, da Associação Nhandeva.
Jantamos no Banana da Terra, especializado em frutos do mar e pratos caiçaras. Do atendimento à sobremesa: a mais deliciosa refeição que fizemos… desde quando lembro! Perdoem-me, não estou exagerando, era mesmo de revirar os olhos de prazer e aguar a boca. A chef, Aninha, além de ser a capitã do Folia Gastronômica, é um gênio da culinária. Nada mais a dizer. Melhor voltar lá…
Banana da Terra: R. Dr. Samuel Costa 198, tel. 24 3371 1725
A noite, a tempestade levou a luz embora, e tomamos vinho na Casa da Folia neste tom siena de casarão centenário iluminado por velas e lanternas. Lindo demais.
Já de volta à pousada, dormimos como anjos. Imaginei, ou sonhei, não recordo bem, que as ruas estavam repletas de fantasmas. De alegres bucaneiros, de agitados comerciantes, de sinhás embaralhadas entre segurar seus guarda-chuvas ou erguer os saiões sobre os córregos de rua. Fantasmas que vendiam cocadas, sandálias e araras. Uma fantasmagoria alegre e fascinante.
O Grande Auditorio
Tarde ainda chuvosa, chegamos ao auditório do CEMBRA para a apresentação com os alunos. Juntaram turmas de visitantes com as turmas da própria escola.
Um problema com o som prejudicou o encontro. E num segundo momento optou-se por liberar os adolescentes que estavam dispersos ao debate e manter apenas as turmas de menor idade – estas sim, envolvidas e curiosas. Novamente choveram perguntas e desenhos. E novamente impressionou-me a visão prática das crianças. Elas queriam é produzir também. Portanto não faltavam questões sobre o método criativo de elaboração do livro. Criação de texto e imagem. Como aperfeiçoar a técnica, como apresentar o trabalho ao editor. E, sobretudo, de onde buscar a inspiração.
Sobre a técnica, orientávamos que isso não deveria ser fator limitante, e que aliado ao estudo deveria haver a troca – sempre buscar dividir seus progressos com professores e colegas.
Sobre o mercado, deixamos claro que a insistência é premiada – mais até do que a experiência ou acuidade técnica. O aspirante a autor (seja autor de imagem ou texto) deve ser insistente, participando de eventos, concursos, se apresentando sempre que possível aos editores e colegas de aspirações (isto é, outros escritores e ilustradores). Falamos da AEILIJ como polarizador dos encontros de autores.
E, finalmente, sobre a inspiração, falamos de como ela é eminentemente pessoal. Vem da memória, da família, da cultura e cores locais. E, mesmo quando influenciada por outros trabalhos (é muito comum a criança copiar o trabalho de um autor que admira, como os desenhos animados da TV ou histórias em quadrinhos) que a re-leitura sempre traduzirá um anseio pessoal.
Muitas crianças, instigadas com o que viam ou liam, criavam seus prórpios heróis e heroínas, aventuras com muitos capítulos, poemas visuais… Não faltou quem não quisesse mostrar em seu caderno suas criações. Havia brilho nos olhos das crianças, que percebiam ali um caminho para desenvolver sua arte.
Um problema com o som prejudicou o encontro. E num segundo momento optou-se por liberar os adolescentes que estavam dispersos ao debate e manter apenas as turmas de menor idade – estas sim, envolvidas e curiosas. Novamente choveram perguntas e desenhos. E novamente impressionou-me a visão prática das crianças. Elas queriam é produzir também. Portanto não faltavam questões sobre o método criativo de elaboração do livro. Criação de texto e imagem. Como aperfeiçoar a técnica, como apresentar o trabalho ao editor. E, sobretudo, de onde buscar a inspiração.
Sobre a técnica, orientávamos que isso não deveria ser fator limitante, e que aliado ao estudo deveria haver a troca – sempre buscar dividir seus progressos com professores e colegas.
Sobre o mercado, deixamos claro que a insistência é premiada – mais até do que a experiência ou acuidade técnica. O aspirante a autor (seja autor de imagem ou texto) deve ser insistente, participando de eventos, concursos, se apresentando sempre que possível aos editores e colegas de aspirações (isto é, outros escritores e ilustradores). Falamos da AEILIJ como polarizador dos encontros de autores.
E, finalmente, sobre a inspiração, falamos de como ela é eminentemente pessoal. Vem da memória, da família, da cultura e cores locais. E, mesmo quando influenciada por outros trabalhos (é muito comum a criança copiar o trabalho de um autor que admira, como os desenhos animados da TV ou histórias em quadrinhos) que a re-leitura sempre traduzirá um anseio pessoal.
Muitas crianças, instigadas com o que viam ou liam, criavam seus prórpios heróis e heroínas, aventuras com muitos capítulos, poemas visuais… Não faltou quem não quisesse mostrar em seu caderno suas criações. Havia brilho nos olhos das crianças, que percebiam ali um caminho para desenvolver sua arte.
Peixe e Beira Mar
Diante da paisagem esmeralda do mar de Paraty, saboreamos peixe com molho de camarões do Quiosque Internacional (filial do Restaurante da Ondina).
Assinar:
Postagens (Atom)