UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
AVM - Faculdade Integrada / unidade Centro
Curso: Docência do ensino fundamental e médio
Período: 4° Turma: K387
Professora: Flávia Cavalcanti
Estudante: Thais Quintella de Linhares
Disciplina: planejamento Data:01/03/16
PLANO DE AULA
1.Assunto
– "Representatividade importa".
2.Objetivos
– Identificar de forma ativa contexto, mensagem e memórias representados nas linguagens das artes;
– Reconhecer formas de propaganda moral, social e política feitas através da produção artística de diferentes épocas;
– Identificar em si (a/o estudante) sua próprias construções que são influências do meio, e partir para a expressão das mesmas por meio da arte.
3.Conteúdos
– A produção artística enquanto propaganda em diversos periodos estrategicamente escolhidos para formar um panorama das construções ideológicas mais perenes e influentes em nosso mundo. Tanto as "negativas": o racismo, o machismo, xenofobia, etc. Quanto "positivas": o nacionalismo, culto às elites, culto ao sobrenatural como instrumento de poder, heteronormatividade, culto à beleza/perfeição, etc;
– Apresentação de pequenos textos sobre a importância da cultura na construção social;
– Propor dinâmica e tarefa;
– Apresentar trecho inicial da palestra da autora Chimamanda Idichie.
O RACISMO
O título é uma referência ao episódio
bíblico da maldição lançada por
Noésobre seu filho,
Cam, e todos os seus descendentes, conforme relatado no livro do
Gênesis. Punindo Cam por zombar de sua nudez e embriaguez, Noé profetizou que o mesmo seria "o último dos escravos de seus irmãos". Conforme relatado por
Alfredo Bosi, a crença popular de que os descendentes de Cam seriam os povos de pele escura de algumas regiões da
África, além das tribos que habitavam a
Palestina antes dos hebreus, serviu por muito como argumento de ideólogos e mercadores para validar, durante o
período colonial e ao longo do império, o tráfico de escravos africanos para o
Brasil. O pecado de Cam seria, assim, o evento fundador de uma situação imutável e a justa punição divina de todo um povo.
[1]
Na obra de Modesto Brocos, em frente a uma pobre habitação, três gerações de uma mesma família são retratadas. A avó, negra, a mãe, mulata, e a criança, fenotipicamente branca. A matriarca, com semblante emocionado, ergue as mãos aos céus, em gesto de agradecimento pela "redenção": o nascimento do neto branco, que será poupado das agruras e das memórias do passado escravocrata. A cena foi assim definida por
Olavo Bilac: "Vede a aurora-criança, como sorri e fulgura, no colo da mulata - aurora filha do dilúvio, neta da noite. Cam está redimido! Está gorada a praga de Noé!".
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Autor
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Data
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Técnica
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Óleo sobre tela
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Dimensões
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199 × 166
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Localização
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"Ele nem sabe ainda o que é Star Wars, mas sabe que o boneco é igual a ele". Com essa legenda, uma imagem publicada no Facebook pela historiadora Jaciana Melquiades, de 32 anos, está viralizando na rede social e já conta com mais de 34 mil curtidas e 9 mil compartilhamentos.
A foto mostra o filho da historiadora, Matias, de 4 anos, segurando seu novo brinquedo, o boneco do personagem Finn, herói do filme "Star Wars: O Despertar da Força". Esse é o primeiro filme da saga que tem um protagonista negro, interpretado pelo ator britânico John Boyega.
Em poucas palavras, Jaciana reiterou a importância da representatividade de negros no entretenimento e na cultura.
Jaciana comentou que é a primeira vez que faz uma compra para seu filho em uma loja de departamento. "Comprei esse boneco justamente por ele ter se identificado", disse.
O post foi compartilhado na rede social no último sábado (2). Um dia depois, a imagem foi denunciada por "conter nudez", mas não foi tirada do ar. "Só mostra o quanto as pessoas se incomodam. Representatividade importa pra nós e a gente sabe que incomoda", concluiu a mãe.
A escritora Cidinha da Silva saiu em defesa da publicação de Jaciana e fez um post acusando o caráter racista daqueles que denunciaram a foto do garoto.
"Denunciar a imagem do garoto e seu brinquedo por nudez, para que o sistema burro de Zuckerberg a exclua, até que as pessoas que postaram a foto reclamem e consigam reativá-la depois de 'criteriosa análise', é a mais impura perseguição racista", disse o texto de Cidinha.
"Eu gosto dele, porque ele é pretinho igual a mim!"
PUBLICITÁRIOS, esses ladrões de almas
O MACHISMO
feminismo
O projeto “
Nós, Madalenas“, da fotógrafa
Maria Ribeiro, traz fotos de mulheres diversas, de todas as cores, formas e tamanhos, sem tratamento de imagem, estampando seus corpos com uma palavra que escolheram para representar o feminismo.
4.Metodologia e recursos
Momento
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Atividade
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Recursos
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1° / 2'
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Apresentar ao alunos as imagens referentes a diferentes obras das artes e comunicação visual. mercado de consumo, estimulando o reconhecimento das narrativas de época contidas nelas.
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- Slide show, vídeos.
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2°/ 3'
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Chamar voluntários para a leitura de textos curtos.
Ao final das leituras instigar à relfexão dos estudantes sobre quem poderia ter escrito estes textos, em que épocas.
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- Textos:
1) De Joseph Goebbels;
2) De Malcon X
3) Maquiavel
4) Simone de Beauvoir
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3°/ 5'
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Apresentação dialogada de imagens de obras de artes de períodos históricos diferentes, não necessariamente em ordem, pedindo que contribuam para construir suas narrativas – tanto de época como uma versão atualizada.
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Slide show.
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4°/5'
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Apresentar proposta de trabalho individual que será iniciado em sala (rascunhos, brainstorm)para trazer na aula seguinte. O início será em conjunto, e servirá também para apresentar como se dá uma dinâmica de "brainstorm" criativo, tal como se faz em estúdios de arte, publicidade ou produção em geral.
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Quadro/painel para desenvolver o "brainline"do "brainstorm".
O trabalho/tarefa de sala/casa, será desenvolver a obra a partir de suas narrativa, em seu contexto social e atual.
A sua "Representatividade", representar a si mesmo/a.
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5°/5'
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Fechar aula com vídeo de Chimamanda Adichie (5').
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Primeiro trecho do vídeo de Chimamanda Adichie, escritora nigeriana.
http://www.ted.com/talks/chimamanda_adichie_the_danger_of_a_single_story?language=pt-br
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TEXTOS para LEITURA:
TEXTO 1:
"A essência da propaganda é ganhar as pessoas para uma idéia de forma tão sincera, com tal vitalidade, que, no final, elas sucumbam a essa idéia completamente, de modo a nunca mais escaparem dela. A propaganda quer impregnar as pessoas com suas idéias. É claro que a propaganda tem um propósito. Contudo, este deve ser tão inteligente e virtuosamente escondido que aqueles que venham a ser influenciados por tal propósito NEM O PERCEBAM."
– Joseph Goebbels
TEXTO 2:
"Eu sempre achei que era impossível relacionar-me adequadamente com um lugar ou uma pessoa sem relacionar-me com todas as histórias daquele lugar ou pessoa. A consequência de uma única história é essa: ela rouba das pessoas sua dignidade. Faz o reconhecimento de nossa humanidade compartilhada difícil. Enfatiza como nós somos diferentes ao invés de como somos semelhantes.
A escritora americana Alice Walker escreveu isso sobre seus parentes do sul que haviam se mudado para o norte. Ela os apresentou a um livro sobre a vida sulista que eles tinham deixado para trás. "Eles sentaram-se em volta, lendo o livro por si próprios, ouvindo-me ler o livro e um tipo de paraíso foi reconquistado."
Eu gostaria de finalizar com esse pensamento: Quando nós rejeitamos uma única história, quando percebemos que nunca há apenas uma história sobre nenhum lugar, nós reconquistamos um tipo de paraíso."
– Chimamanda Adichie.
5.Avaliação
– Será realizada pela tarefa de sala/casa.
6. Tarefas
– A partir de uma dinâmica de "brainstorm" trabalhamos juntos, turma, com a professora fazendo o papel da "direção" criativa, organizando o quadro de ideias (brainline) do evento, montamos o início do que seria a produção de uma obra, partindo das contribuições e formando um painel coletivo;
– Saindo do que foi elaborado coletivamente, produzir obra autoral (ou seja, indo de um todo social para o individual), de suporte e temas livres, buscando uma representação do/a autor/a enquanto sujeito social. Como orientação o/a estudante podem se perguntar:
– Quem sou eu na minha sociedade?
– Que papéis me são apresentados como opção?
– Que construções/preconceitos se opõem ao que desejo para mim?
– Que imagens representariam com clareza minha sociedade, nos dias de hoje?
"O perigo da narrativa única"
A próxima vez que alguém lhe disser que "arte" e "cultura" são coisas supérflua, sem importância, lembre-se desta aula, deste dia, destas imagens e palavras.
Nunca deixe que digam que é supérflua a SUA NARRATIVA.
Arte e cultura é forma como moldamos nossas ideias, e ideias são a essência da sociedade em que vivemos.
"A mais importante revolução. é a revolução cultural, pois a partir dela chegaremos ao mundo que desejamos para nossos filhos" – Pepe Mujica.