segunda-feira, fevereiro 29, 2016

Representatividade importa

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
AVM - Faculdade Integrada / unidade Centro

Curso: Docência do ensino fundamental e médio                           
Período: 4°     Turma: K387
Professora: Flávia Cavalcanti
Estudante: Thais Quintella de Linhares
Disciplina: planejamento                   Data:01/03/16                                     





PLANO DE AULA



1.Assunto  

– "Representatividade importa".

2.Objetivos 

– Identificar de forma ativa contexto, mensagem e memórias representados nas linguagens das artes; 

– Reconhecer formas de propaganda moral, social e política feitas através da produção artística de diferentes épocas;

– Identificar em si (a/o estudante) sua próprias construções que são influências do meio, e partir para a expressão das mesmas por meio da arte.


3.Conteúdos 

– A produção artística enquanto propaganda em diversos periodos estrategicamente escolhidos para formar um panorama das construções ideológicas mais perenes e influentes em nosso mundo. Tanto as "negativas": o racismo, o machismo, xenofobia, etc. Quanto "positivas": o nacionalismo, culto às elites, culto ao sobrenatural como instrumento de poder, heteronormatividade, culto à beleza/perfeição, etc;
– Apresentação de pequenos textos sobre a importância da cultura na construção social;
– Propor dinâmica e tarefa;
– Apresentar trecho inicial da palestra da autora Chimamanda Idichie.





O RACISMO


A Redenção de Cam é uma pintura a óleo sobre tela realizada pelo pintor espanhol Modesto Brocos em 1895. A obra aborda as teorias raciais do fim do século XIX e o fenômeno da busca do "embranquecimento" gradual das gerações de uma mesma família por meio da miscigenação. A obra encontra-se conservada no Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro.[1]
O título é uma referência ao episódiobíblico da maldição lançada por Noésobre seu filho, Cam, e todos os seus descendentes, conforme relatado no livro do Gênesis. Punindo Cam por zombar de sua nudez e embriaguez, Noé profetizou que o mesmo seria "o último dos escravos de seus irmãos". Conforme relatado por Alfredo Bosi, a crença popular de que os descendentes de Cam seriam os povos de pele escura de algumas regiões daÁfrica, além das tribos que habitavam a Palestina antes dos hebreus, serviu por muito como argumento de ideólogos e mercadores para validar, durante o período colonial e ao longo do império, o tráfico de escravos africanos para o Brasil. O pecado de Cam seria, assim, o evento fundador de uma situação imutável e a justa punição divina de todo um povo.[1]
Na obra de Modesto Brocos, em frente a uma pobre habitação, três gerações de uma mesma família são retratadas. A avó, negra, a mãe, mulata, e a criança, fenotipicamente branca. A matriarca, com semblante emocionado, ergue as mãos aos céus, em gesto de agradecimento pela "redenção": o nascimento do neto branco, que será poupado das agruras e das memórias do passado escravocrata. A cena foi assim definida por Olavo Bilac: "Vede a aurora-criança, como sorri e fulgura, no colo da mulata - aurora filha do dilúvio, neta da noite. Cam está redimido! Está gorada a praga de Noé!".[1]

Autor
Data
Técnica
Óleo sobre tela
Dimensões
199  × 166 
Localização










"Ele nem sabe ainda o que é Star Wars, mas sabe que o boneco é igual a ele". Com essa legenda, uma imagem publicada no Facebook pela historiadora Jaciana Melquiades, de 32 anos, está viralizando na rede social e já conta com mais de 34 mil curtidas e 9 mil compartilhamentos.
A foto mostra o filho da historiadora, Matias, de 4 anos, segurando seu novo brinquedo, o boneco do personagem Finn, herói do filme "Star Wars: O Despertar da Força". Esse é o primeiro filme da saga que tem um protagonista negro, interpretado pelo ator britânico John Boyega.
Em poucas palavras, Jaciana reiterou a importância da representatividade de negros no entretenimento e na cultura.


Jaciana comentou que é a primeira vez que faz uma compra para seu filho em uma loja de departamento. "Comprei esse boneco justamente por ele ter se identificado", disse.
O post foi compartilhado na rede social no último sábado (2). Um dia depois, a imagem foi denunciada por "conter nudez", mas não foi tirada do ar. "Só mostra o quanto as pessoas se incomodam. Representatividade importa pra nós e a gente sabe que incomoda", concluiu a mãe.

A escritora Cidinha da Silva saiu em defesa da publicação de Jaciana e fez um post acusando o caráter racista daqueles que denunciaram a foto do garoto.
"Denunciar a imagem do garoto e seu brinquedo por nudez, para que o sistema burro de Zuckerberg a exclua, até que as pessoas que postaram a foto reclamem e consigam reativá-la depois de 'criteriosa análise', é a mais impura perseguição racista", disse o texto de Cidinha. 




"Eu gosto dele, porque ele é pretinho igual a mim!"


PUBLICITÁRIOS, esses ladrões de almas





O MACHISMO














feminismo
O projeto “Nós, Madalenas“, da fotógrafa Maria Ribeiro, traz fotos de mulheres diversas, de todas as cores, formas e tamanhos, sem tratamento de imagem, estampando seus corpos com uma palavra que escolheram para representar o feminismo.








4.Metodologia e recursos

Momento
Atividade
Recursos

1° / 2'
Apresentar ao alunos as imagens referentes a diferentes obras das artes e comunicação visual. mercado de consumo, estimulando o reconhecimento das narrativas de época contidas nelas.
- Slide show, vídeos.
2°/ 3'


Chamar voluntários para a leitura de textos curtos.
Ao final das leituras instigar à relfexão dos estudantes sobre quem poderia ter escrito estes textos, em que épocas.
- Textos: 
1) De Joseph Goebbels;
2) De Malcon X
3) Maquiavel
4) Simone de Beauvoir
3°/ 5'





Apresentação dialogada de imagens de obras de artes de períodos históricos diferentes, não necessariamente em ordem, pedindo que contribuam para construir suas narrativas – tanto de época como uma versão atualizada.
Slide show.
4°/5'



Apresentar proposta de trabalho individual que será iniciado em sala (rascunhos, brainstorm)para trazer na aula seguinte. O início será em conjunto, e servirá também para apresentar como se dá uma dinâmica de "brainstorm" criativo, tal como se faz em estúdios de arte, publicidade ou produção em geral.

Quadro/painel para desenvolver o "brainline"do "brainstorm".
O trabalho/tarefa de sala/casa, será desenvolver a obra a partir de suas narrativa, em seu contexto social e atual. 

A sua "Representatividade", representar a si mesmo/a.
5°/5'
Fechar aula com vídeo de Chimamanda Adichie (5').
Primeiro trecho do vídeo de Chimamanda Adichie, escritora nigeriana.
http://www.ted.com/talks/chimamanda_adichie_the_danger_of_a_single_story?language=pt-br

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TEXTOS para LEITURA:

TEXTO 1:

"A essência da propaganda é ganhar as pessoas para uma idéia de forma tão sincera, com tal vitalidade, que, no final, elas sucumbam a essa idéia completamente, de modo a nunca mais escaparem dela. A propaganda quer impregnar as pessoas com suas idéias. É claro que a propaganda tem um propósito. Contudo, este deve ser tão inteligente e virtuosamente escondido que aqueles que venham a ser influenciados por tal propósito NEM O PERCEBAM."

– Joseph Goebbels









TEXTO 2:

"Eu sempre achei que era impossível relacionar-me adequadamente com um lugar ou uma pessoa sem relacionar-me com todas as histórias daquele lugar ou pessoa. A consequência de uma única história é essa: ela rouba das pessoas sua dignidade. Faz o reconhecimento de nossa humanidade compartilhada difícil. Enfatiza como nós somos diferentes ao invés de como somos semelhantes.

A escritora americana Alice Walker escreveu isso sobre seus parentes do sul que haviam se mudado para o norte. Ela os apresentou a um livro sobre a vida sulista que eles tinham deixado para trás. "Eles sentaram-se em volta, lendo o livro por si próprios, ouvindo-me ler o livro e um tipo de paraíso foi reconquistado." 

Eu gostaria de finalizar com esse pensamento: Quando nós rejeitamos uma única história, quando percebemos que nunca há apenas uma história sobre nenhum lugar, nós reconquistamos um tipo de paraíso."

– Chimamanda Adichie.




5.Avaliação 

– Será realizada pela tarefa de sala/casa.

6. Tarefas

– A partir de uma dinâmica de "brainstorm" trabalhamos juntos, turma, com a professora fazendo o papel da "direção" criativa, organizando o quadro de ideias (brainline) do evento, montamos o início do que seria a produção de uma obra, partindo das contribuições e formando um painel coletivo;

– Saindo do que foi elaborado coletivamente, produzir obra autoral (ou seja, indo de um todo social para o individual), de suporte e temas livres, buscando uma representação do/a autor/a enquanto sujeito social. Como orientação o/a estudante podem se perguntar:

– Quem sou eu na minha sociedade?
– Que papéis me são apresentados como opção?
– Que construções/preconceitos se opõem ao que desejo para mim?
– Que imagens representariam com clareza minha sociedade, nos dias de hoje?



"O perigo da narrativa única" 

A próxima vez que alguém lhe disser que "arte" e "cultura" são coisas supérflua, sem importância, lembre-se desta aula, deste dia, destas imagens e palavras.
Nunca deixe que digam que é supérflua a SUA NARRATIVA.

Arte e cultura é forma como moldamos nossas ideias, e ideias são a essência da sociedade em que vivemos.

"A mais importante revolução. é a revolução cultural, pois a partir dela chegaremos ao mundo que desejamos para nossos filhos" – Pepe Mujica.

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