Get a life, dude!
Passado poucos dias do início da campanha "Eu não mereço ser estuprada", pipocou no Facebook uma página com o perfil típico, já nosso tão conhecido, do hater punheteiro.
Nesse caso, ele até se assume punheteiro. Quer "causar" se aproveitando do sucesso da campanha – que já se espalhou pra fora do Brasil – e tentar ser algo, enquanto consome o ar estagnado do cubículo sem janela onde mora.
O termo é mesmo este: algo.
O perfil psicológico deste tipo é de uma coisa depressiva, que trabalha sua solidão e miséria através do rancor. Só assim ele não se joga debaixo do trem e não se mata de vez. Sem maldade amigos. Ele precisa de ajuda.
A raiva, para ele, é uma questão de sobrevivência. Seleciona dentre os "alvos" oferecidos por uma sociedade que ainda não cresceu para aprender a conviver em grupo, sem que alguém precise subir na cabeça do outro enquanto tenta olhar pro alto.
Alguns ainda estão longe de aprender a subir juntos.
Ele vai tentar ofender qualquer grupo de pessoas que já foram alvo de agressões institucionalizadas.
Poderia estar odiando negros, velhos, homossexuais, judeus, imigrantes, nordestinos, pessoas com necessidades especiais, pobres, punks, mulheres.
O cerco do mundo off-line se fechou. Não dá mais para ele fazer gracinha em público sem ser preso, ou até mesmo tomar uns tapas. E ele jamais faria isso frente à frente com o povo. Outra característica do carinha é ser extremamente covarde.
E é justamente sua covardia que o faz escolher os "alvos" que considera mais "fáceis". É sua covardia que o mantém trancado e isolado, ao invés de simplesmente abrir a porta e ir viver. É um medo, um medo abismal do mundo.
Ele vê o mundo e todos que nele habitam como inimigos em potencial. Que podem lhe agredir e matar. E é por ter medo que ele ladra, ladra, e ladra. Late pela janela de seu computador pessoal, no único espaço onde ainda consegue aparecer, existir.
Seu avatar na Internet é seu herói. Aquele que o representa e o salva um pouco a cada vez que vê um post seu ser rebatido por coro de indignados com a sua imbecilidade crônica.
Sem esse retorno, ele morreria de vez.
Será que é por isso que o Facebook defende tanto essas criaturinhas solitárias e dignas de pena?
Daí o título deste post: FALSEBOOK.
O Face tem um botão onde podemos denunciar conteúdo impróprio. A página do punheteiro solitário está há algums horas sendo seguidamente denunciada pelas pessoas que não curtem nem um pouco seu mimimi de ódio e incitação à violência.
Seus denunciantes não são fakes, são pessoas reais, com rosto, nomes, profissões… Tudo real, inclusive a vida. Ao contrário do pobre punheteiro.
Ele não tem nome, nem rosto e se esconde do mundo que odeia porque tem medo. Não tem vida. Get a life, dude!
O Face tira do ar fotos que contenham mamilos (só femininos), tira do ar páginas de ativistas pro direito das mulheres, tiram do ar fotos de obras de arte, quadrinhos feministas, mesmo que não tenham feito nada que viole a lei.
Basta um punheteiro qualquer, que odeia o mundo (e neste caso o faz odiando as mulheres) denunciar.
Queria entender a cabeça do encarregado de avaliar essas denúncias.
Por que ele odeia mamilos, quadrinhos, mulheres e protege haters revoltados?
PS1: Não existe anonimato na Internet.
PS2: Já rolava na Internet uma foto o denunciando como apologeta do estupro e o boboca, sem saber que já havia sido descoberto, continuava postando suas vilanias.
PS3: Hoje a página foi, enfim, removida pelo Face.
Um comentário:
Lindo texto! Eu nunca tinha pensado pelo lado de eles atacarem as minorias também por serem "alvos mais fáceis", mas faz todo o sentido.
E, realmente, o Face odeia quem não deveria odiar, e às vezes deixa passar cada página com cada conteúdo aterrorizante.... Tipo vídeos de decapitação e tal. É bastante triste.
MAS, olhando pelo lado bom, pelo menos eles tem um trabalho bom e rápido de apoio ao artista, no sentido de remover conteúdo que infringe direitos autorais com facilidade. Sempre que tem alguma página que se recusa a remover ao meu, mando meu formulário pro Face e um ou dois dias depois a foto já está apagada.
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