quinta-feira, outubro 31, 2013

O nome disso é "venda antecipada"

Capa do álbum de quadrinhos Grimoire, filhote da série de fanzines Grimoire, dos anos 90.
Editado por Thais Linhares e Cláudio Bernard Andrea (autor desta arte).



Os esquemas de patrocínio direto como fazem o site do Catarse, Crowdfunding e Vaquinha Virtual não são novidade nenhuma. Mas tem gente descobrindo a pólvora.

Antes de entrar de cara no meio editorial, tive um bom tempo de aventureira como fanzineira.

Não existia internet, mas existia uma "rede" formada por centenas de artistas do papel. 
Mantínhamos contato nos eventos anuais, sobretudo na periferia do Rio, Santos, BH, Olinda e São Paulo. 
Até na Catalunha, Portugal, França, trocavam-se edições. 

O "pequeno círculo" trocava endereço, hospedagem, telefonemas e arte. 
O "grande círculo" ficava "apenas" nas cartas sociais (de um centavo, mais barato que mandar email)  troca de fanzines e caixas postais.

Assim, já existia a "compra antecipada" de revistas. Uma vaquinha, onde o editor do fanzine anunciava a revista e alguns compravam antecipadamente para viabilizar o projeto. Por vezes feito com impresso offset.
Havia até que fizesse assinaturas.

Atualmente os blogs e pages são os fanzines.
Os sites tipo Catarse (tem vários outros, um deles chama-se mesmo Vaquinha) são as novas vendas antecipadas de exemplares.

A facilidade de divulgação e negociação, torna o esquema viável mesmo para quem não tem tino comercial.
Melhor que isso: permite que o produto mais bizarro e deviante encontre seu público. 

Muito livro, desenho, foto, deixam de ser editados por não terem uma massa de público que justifique um investimento enorme como é a produção de um livro, peça de teatro, filme... Mas numa área

continental como o Brasil – e, não fosse a barreira do idioma, do Mundo! – se a sua obra conseguir 1.000 fãs, ela já começa a sair do papel em um esquema seguro como o de promover vaquinhas virtuais.

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