sábado, junho 16, 2007

Formatura no JB


Terminei o módulo aquarela de arte botânica.
Com Paulo Ormindo e Malena aprendi muito, e muito do que me faltou no curso regular da faculdade. Infelizmente, criou-se uma visão burra de que tudo que for acadêmico é ultrapassado. Ultrapassado é não saber ou fingir que saber não é importante. Falar em academia na Belas Artes équase um palavrão para alguns... Salvam-se núcleos de resistência, em especial a turma do ateliê da Gravura, o Gerson Conforti, o Rui de Oliveira, e uma penca de artistas que estão deixando sua marca na história da arte brasileira. Rui, por exemplo é o indicado deste ano (2007) ao Hans Christian Andersen da Ilustração, considerado equivalente na área ao Prêmio Nobel.

Meus colegas no Solar da Imperatriz, onde as aulas de ilustração botânica são ministradas todos os anos, me proporcionaram um aprendizado à parte. Cada um com sua vivência em arte e vida, muito ganhei com a deliciosa companhia deles.


Eu e Malena.



Paulo e eu.


Bromélia e eu.

contei a história

Vovó Dragão no Ágora Conta Histórias

Em novembro de 2006, estive no evento Ágora Conta Histórias, em Niterói.
A exposição dos autores da AEILIJ, "Cores e Formas que Contam Histórias" também estava lá.
Veja as fotos do momento em que contei a história da Vovó Dragão.




Beijos para a equipe do Ágora, e beijo especial para Emília e Marília.

2007


Visão Tardia de um novo ano.

Antes tarde do que nunca. Achei essas fotos bailando no meu desktop, são do amigo oculto promovido todos os anos pela diretoria da AEI-LIJ. Local da farra: ap da escritora Sandra Pina, com direito a uma mesa repleta de deliciosos quitutes!


Vitor Tavares, Rogério Andrade Barbosa, Maurício Veneza, Luis Antonio Aguiar e Rosa Amanda Strauss.
Na foto anterior, a sra. Lacerda, Edna Bueno, Luis Antonio Aguiar, Sandra Pina, Sandro Dinarte e Gabriel Lacerda.


Rui de Oliveira e Luis Antonio Aguiar.


Victor Tavares, Rogério Andrade Barbosa e Maurício Veneza.


Rosa Amanda Strauss, Luis Antonio Aguiar e Anna Cláudia Ramos.


Luis Antonio Aguiar e Thais Linhares

terça-feira, junho 12, 2007

Zen



Those images were produced for a new project, a book about zen budism, for young people.
Only two colors: black and orange.
The lines are more simple than the ones I use to draw.
The book will be on sale at Ygarapé: www.ygarape-books.com (in portuguese)

Capa e ilustração de miolo para o livro zen-brasileiro, lançamento da Ygarapé Publicações.
Vendas e divulgação em: www.ygarape-books.com

sexta-feira, junho 08, 2007


ILUSTRADORES INVISÍVEIS

Quando uma criança puxa um livro da estante, ela o faz porque sua curiosidade foi atiçada. Algo na capa daquele livro, na forma como seu título foi trabalhado, ou talvez a textura do papel, a tenha instigado a pegar aquela “caixa de histórias”. Ao abrir o pacote, muito provavelmente, sua aventura prosseguirá, ao se ver diante de assustadoramente lindas, ou lindamente assustadoras, imagens. Se ela ainda não souber ler, certamente irá tentar ler através das figuras desenhadas, coloridas ou não, e, se ela já souber ler, também irá ler através do desenho, aproveitando ao máximo os diversos tipos de linguagem (escrita e visual) do livro em mãos. Em uma obra com múltiplas linguagens, como é um livro ilustrado, o leitor ganha de presente um enredo com várias histórias. Sabemos que um bom livro cresce com a gente. A leitura se renova, quando, com mais idade, reabrimos o livro. Isto vale tanto para o (bom)texto quanto para o (bom)desenho.
O leitores entendem, portanto, a importância do trabalho do ilustrador, o autor das imagens, para o sucesso de um livro, e enriquecimento mútuo (do texto pela imagem, e da imagem pelo texto). Os editores também, tanto que investem muito neste ponto. Escolhendo cuidadosamente o autor que irá ilustrar o texto. Não é raro escolherem um ilustrador bem experiente para ilustrar o livro de um escritor iniciante, e assim “ajudar” na vendagem, na aceitação do público, que reconhecerá a linguagem visual que já apreciam.
Os professores, ainda que infelizmente contem com pouquíssima orientação no campo das artes visuais, sabem que trabalhar a imagem é um caminho mais direto, e com menos ruídos, à história pessoal da criança, do que se trabalhassem de forma textual. Entendem que a ilustração é uma aliada poderosíssima quando se quer iniciar o jovem na prática da leitura.
Por que então os órgãos de cultura não dão o menor valor aos criadores das belas imagens que compõem nosso patrimônio cultural em ilustração?
Não valorizam porque não nomeiam!
Como autores que são, todos os ilustradores têm direito, garantido pela Lei N. 9610 de 1998 (Lei do Direitos Autorais), de terem seu nomes creditados sempre que apresentadas suas obras. Entretanto, quando da divulgação das seleções para compras, ou premiações, feitas pelos órgãos de cultura, nunca são divulgados os nomes dos ilustradores. Apenas dos escritores. Detalhe: isto acontece mesmo nos livros “imagem”, em que a participação criativa da imagem excede, às vezes muito, a do texto escrito. A gente fica até achando que o livro só foi feito por um autor, o escritor, que deve ter feito tudo sozinho: pesquisado as referências, composto as cenas, desenhado, pintado, editado graficamente... Ou, pior, fica parecendo que ilustrador não é, ele também, um autor. Autor das ilustrações.
Não citar, claramente, o autor da imagens desvaloriza o livro enquanto produto cultural e econômico. E pior, desvaloriza o ilustrador enquanto profissional, criador e agente cultural. No final, é a cultura brasileira tratada com desconsideração. Passa recado de que o livro e os criadores envolvidos no processo, não são dignos de serem sequer reconhecidos.
O drama acabaria aí se não fosse outro bem pior, relacionado ao repasse dos direitos patrimoniais sobre à exploração das ilustrações. Mas esse assunto, ainda que urgente, ficará para outro dia.
Por favor, atentem para o fato, de que a pessoa que coloca as cores no papel, não é necessariamente o sujeito oculto da sentenças do escritor, nem mesmo uma entidade misteriosa cujo nome deva ser adivinhado pelo leitor, após inúmeras pistas e "despistes". Ilustrador é autor, que tem de ter seu nome citado junto à sua obra, nas listas do PNLD e do PNBE, nos projetos de leitura escolares, nas resenhas dos jornais e revistas, nos quadros dos “mais vendidos”, nas chamadas publicitárias, nas entrevistas e lançamento, nos catálogos das editoras, dos sebos e das livrarias.



* Thais Linhares
thaislinhares.blogspot.com
é editora, escritora, gravadora e, acima de tudo, ilustradora.
Mas não é invisível.